O Cruzeiro está um passo mais próximo da final da Copa do Brasil. Nesta quarta-feira, a Raposa visitou o Palmeiras no Allianz Parque, em confronto de ida da semifinal do torneio mata-mata, e venceu por 1 a 0 com tento anotado pelo ex-palmeirense Barcos, que desencantou após 11 jogos. No minuto final, Antônio Carlos empatou para o Verdão, mas a arbitragem anulou o gol e não aceitou a consulta ao VAR (Vídeo Árbitro).
Quando os times subiram ao gramado a torcida alviverde começou seu espetáculo. Os mais de 32 mil presentes levantaram um mosaico por todo o setor inferior da Arena com os dizeres “O Primeiro Palestra Itália”, em provocação ao rival da noite, que um dia foi homônimo. Com lugares ainda vazios, porém, o desenho ficou incompleto. Foi um indício de que o Chiqueiro não terminaria os 90 minutos em festa.
Com apenas quatro minutos, quatro palmeirenses falharam na marcação e o Cruzeiro abriu o placar com Barcos, que desencantou após jejum de 11 jogos. Dudu tentou drible no ataque e perdeu a bola, Diogo Barbosa demorou na recomposição e Edu Dracena precisou cobri-lo na esquerda. O zagueiro, junto com Thiago Santos e Bruno Henrique foram envolvidos em tabela de Thiago Neves com Robinho, que deixou Barcos na cara do gol para tocar na saída de Weverton.
Pela primeira vez com Felipão, o Palmeiras precisaria buscar uma virada. A equipe só havia saído atrás no marcador contra o Cerro Porteño-PAR, pela Copa Libertadores, mas na ocasião, o revés mínimo garantia (como de fato aconteceu) a classificação palestrina. E precisando reagir, o Verdão não mostrou repertório para vencer uma linha de quatro e outra de cinco marcadores bem posicionados por Mano Menezes.
As melhores (e únicas) oportunidades do Alviverde no restante da primeira etapa aconteceram logo após o gol sofrido. Dudu assustou Fábio com chute colocado de dentro da área, e Willian acertou o travessão em finalização prensada pelo cruzeirense Léo. Na reta final, Borja chegou a balançar as redes, mas a bomba do colombiano foi pelo lado de fora.
Já desacostumada a sair atrás no marcador, a torcida mandante mostrou impaciência. A cada passe errado era uma reclamação, cada roubada de bola suscitava pedidos de pressa, mesmo sem opções para dar sequência às jogadas. Alguns atletas, como Edu Dracena e Moisés não conseguiram repetir o futebol que vinham demonstrando, enquanto outros, como Mayke, claramente sentiram a pressão das arquibancadas.
Para a etapa final, Felipão voltou do intervalo com a substituição padrão: sacou seu volante marcador, Thiago Santos, e colocou um meio-campista, Lucas Lima. A mudança tornou o Palmeiras ainda mais ofensivo, mas não criativo. O Verdão seguiu apostando em jogadas individuais de Dudu pelo lado direito, mas o camisa 7 não esteve inspirado como nos últimos jogos. Os erros de passe e nenhuma infiltração pelo meio da defesa celeste completaram o cenário de dificuldades alviverde.
À metade do segundo tempo, Mano Menezes, que já havia sido obrigado a sacar Arrascaeta para a entrada de Rafinha durante os 45 minutos iniciais, trocou Robinho por Bruno Silva, e Barcos por Raniel. A estratégia era clara, fechar ainda mais o time e apostar na velocidade do jovem atacante nos contra-ataques.
Scolari, por sua vez, sem ter Guerra, Gustavo Scarpa ou Deyverson no banco de reservas, precisou recorrer ao garoto Artur, que entrou no lugar de Borja. Willian passou a ser o centroavante e Dudu foi jogar pelo lado esquerdo.
O jogo ganhou contornos ainda mais dramáticos já aos 36 minutos, quando o Cruzeiro ficou com um jogador a menos. Muito pressionado pelo Cruzeiro antes de a bola rolar, Wagner Reway deu toque de mão de Edilson em finalização de Willian fora da área. O cruzeirense seguiu reclamando com a arbitragem, recebeu a segunda advertência e acabou expulso.
Com a desigualdade numérica, o jogo pegou fogo nos minutos finais dos sete acrescidos por Wagner Reway. Aos 48, Egídio quase marcou contra, mas Fábio fez milagre para evitar. O lance resultou em grito uníssonos pelo lateral esquerdo, tanto dos palmeirenses, ironicamente, quanto da torcida visitante. No minuto seguinte, Lucas Lima recebeu dentro da área, finalizou com a perna direita, mas a bola explodiu no travessão.
E já no minuto final, Antônio Carlos balançou as redes, mas o árbitro anulou o gol e marcou falta de Edu Dracena em disputa com Fábio pelo alto. Os palestrinos pediram que o juiz consultasse o VAR, mas ele pediu que o goleiro celeste cobrasse a infração e terminou o duelo.