Pelo segundo ano consecutivo a relação do preço e da demanda do algodão estão caminhando favoravelmente para os cotonicultores brasileiros, especialmente para os que plantam no estado de Mato Grosso, de onde vem 72% das exportações do país. Isso deverá continuar para a próxima safra (2018/19), já que a demanda pelo produto está aumentando. Esses anos em que a demanda foi maior que a produção possibilitou que os produtores arrumassem a “casa”: redução do endividamento para os que ficaram descapitalizados por conta de perdas de produtividade ocasionados pela infestação de pragas e também pela seca; e capitalização dos que investiram em tecnologias e maquinários.
De acordo com Pedro Dejneka, de uma empresa de commodities, co otonicultor que quer manter seu negócio rentável, tem que continuar investindo e não ter medo de ousar. “O perfil de demanda para o algodão é favorável a médio e longo prazo. Isso se deve ao retorno pela preferência do consumidor pela fibra natural. As pessoas estão percebendo que há muita diferença entre a fibra natural e a sintética. A primeira tem muito qualidade e agrega conforto. Logo a demanda por algodão tende a crescer”.
Além de produzir algodão que atenda a demanda do mercado mundial, a garantia da qualidade da pluma também é outra recomendação feita pelos especialistas que estão palestrando no X Encontro Técnico Algodão que acontece em Cuiabá até amanhã.
“O cotonicultor e equipe tem que continuar fazendo bem o serviço dentro e fora da porteira, já que o algodão é um produto que se vende antes de plantar. A demanda é alta. E para atendê-la é preciso ter o produto em quantidade e em qualidade, o negócio agrícola tem que ser sustentável e ter rentabilidade”, afirmou Leandro Zancanaro, gestor de Pesquisa da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT.
A safra 2017/18 de algodão deve totalizar mais de dois milhões de toneladas – aumento de quase 30%. Essa produtividade histórica representa, segundo especialistas, a eficiência do trabalho no campo e do uso eficaz de tecnologias agrícolas. A expectativa do setor é da produção continuar aumentando e avanço da posição do Brasil no ranking de exportadores, que atualmente perde somente para a Austrália e para os Estados Unidos.
“O impasse comercial entre os Estados Unidos e a China reflete na produção de commodities do Brasil. Toda a classe produtora tem que ficar de olho nessa guerra comercial, que pode trazer oportunidades e armadilhas ao setor agrícola. Por isso o produtor tem que sempre ter a sua conta de custo na ponta do lápis e evitar que a dor de deixar de ganhar seja maior que a prudência na hora da comercialização, pois mesmo com um perfil favorável de demanda, o potencial de crescimento da oferta ainda é maior”, apontou Dejneka. A informação é da assessoria.