Mato Grosso encerrou o mês de julho com um dos menores índices mensais de devolução de cheques pela 2ª vez, por insuficiência de fundos. O índice foi de 1,87%, com a compensação de 760,8 mil cheques e a devolução de 14,2 mil. É o menor percentual apurado em Mato Grosso em todo o ano de 2018. Também é o patamar mais baixo desde agosto de 2004, segundo a série histórica divulgada pelo Indicador Serasa Experian de Cheques Sem Fundos.
Na avaliação dos economistas da instituição, juros mais baixos, inflação sob controle e menor utilização dos cheques como meios de pagamentos, explicam o recuo da inadimplência com cheques, não apenas em julho de 2018, mas também ao longo de todo o ano. A emissão de cheques em julho atingiu um volume similar ao do mesmo período de 2017. Ao todo foram emitidos 760,8 mil contra 765,4 mil do ano passado. Mas, quando se olha no horizonte dos dados estatísticos, há uma redução no volume de cheques compensados no mercado varejista. De janeiro a julho de 2017 foram compensados 5,312 milhões de documentos.
No mesmo período deste ano, a emissão foi de apenas 4,995 milhões de cheques, redução de 5,96% na variação do acumulado.A queda na emissão acompanha a tendência do mercado. Cada vez mais consumidores deixam de usar o cheque enquanto os cartões ganham espaço. Até mesmo os lojistas deixam de aceitar o cheque como meio de pagamento, em virtude da insegurança que existe quando comparado ao cartão de crédito.
Nelson Soares, presidente da CDL Cuiabá, diz que o cheque deve entrou em desuso. “Alguns segmentos do comércio ainda utilizam o cheque pré datado ao invés do cartão, porque no caso do cartão, os juros são muito mais altos que os do cheque. Mas, a tendência é as pessoas não usarem mais a folha, assim como o dinheiro, que vem sendo substituído pelo cartão”.