O mais recente estudo dos técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgados hoje apontam que ficarão aquecidas as projeções para a exportação da soja, mas o milho pode enfrentar um mercado acirrado na safra 2018/19. Embora o documento completo traga pesquisas de diversos produtos, está focado especialmente nas três principais culturas: soja, milho e arroz.
O estudo revela dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que trabalha com expectativa de que a safra mundial de soja em grãos deverá ser a maior da história, com 367 milhões de toneladas. Desse total, os Estados Unidos devem produzir 124 milhões e, o Brasil, 120 milhões de toneladas.
“Os chineses estão taxando em 25% a soja em grãos americana e, com isso, as exportações de soja do Brasil deverão manter-se aquecidas no próximo ano, já que somos o único país capaz de vender o produto e ocupar espaço deixado pelos norte-americanos”, explica Leonardo Amazonas, analista de mercado de soja da Conab.
A perspectiva para a safra 2018/19 é de que a produção de soja será maior que a atual (2017/18), devido ao aumento de área para suprir demandas internacionais, e poderá superar expectativas, a depender do clima.
O produtor deve encontrar um cenário mais confortável para o produto na safra 2018/19, tanto no que diz respeito ao abastecimento no mercado quanto em relação ao aumento de produção. Para o mercado, no entanto, o resultado das eleições poderá afetar os preços internos, uma vez que os efeitos na economia nacional podem trazer variações significativas no dólar. Questões relacionadas ao frete também deverão influenciar no direcionamento do mercado de milho. Isso poderá acontecer devido ao tabelamento de preços, que deve aumentar o preço final do frete e, consequentemente, reduzir o interesse do produtor na venda . O resultado é aumento na quantidade de milho em estoque e redução de preço.
Já no cenário externo, as oportunidades de comercialização para a China e o México. Entretanto, os Estados Unidos devem manter sua produção e também a disputa do mercado com o Brasil e a Argentina.
O cenário nacional e internacional para o arroz estiveram em situações opostas no primeiro semestre de 2018. Embora tenha havido boa produção mundial, houve também aumento da demanda, acarretando alta nos preços.
No Brasil, a produção do grão manteve-se dentro da média histórica. Mas a expectativa de aumento no estoque de passagem acarretou desvalorização nos preços locais, reforçando o poder de barganha das indústrias, frente aos produtores. Tendência que, entretanto, não se concretizou, devido aos superavits na balança comercial, a partir de novembro do último ano. Hoje, a projeção é de estoque de passagem reduzido para a próxima safra e de mais equilíbrio entre a oferta e a demanda interna.
Para o secretário interino de Política Agrícola do ministério da Agricultura, Sávio Pereira, as perspectivas são boas. “Os Estados Unidos devem plantar mais milho e menos soja na próxima safra, e isso é positivo para o Brasil que tem a oleaginosa como principal cultura. “Por isso, devemos ter um novo aumento de área plantada. Nos últimos sete anos, a área de cultivo cresceu 14 milhões de hectares. E a alta deve continuar com as projeções indicando, ainda, preços razoáveis para o grão”.
A informação é da assessoria do ministério.