Está em desenvolvimento no Brasil uma “vacina” contra a ferrugem asiática da soja – um dos principais problemas da cultura no País. Criado pela startup Gênica, de Piracicaba (SP), o produto ativa determinados genes da soja para que a própria planta se proteja contra a doença.
“Mas é importante enfatizar que a ativação de genes não significa transgenia. A soja não vai se tornar um alimento transgênico”, explica o CEO da Gênica, Marcos Petean, segundo o qual a “vacina” deverá ser lançada em 2020.
Segundo ele, a proposta da startup é que o produtor utilize os defensivos naturais aliados aos produtos químicos: “Controle biológico é um segmento que ainda está crescendo no Brasil e também em nível mundial. Temos observado um aumento no tamanho do mercado e na consistência da tecnologia no campo”.
“Atualmente, grandes órgãos de pesquisas, como a Embrapa, têm apresentado que essa forma de controle tem boa eficácia e consistência no campo. Quando algo é apoiado por elas, o produtor adere com mais tranquilidade.Muitas empresas vão ingressar nesse segmento, pois a demanda é crescente ”, completa Petean.
A Gênica recebeu em 2018 um aporte de R$ 6 milhões da gestora de investimentos de venture capital SP Ventures. A diretora executiva da ABCBio (Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico), Amália Pizentim Borsari, destaca como positivo o fato de estarem “surgindo novas tecnologias e linhas de pesquisa. Além disso, grandes empresas que produzem agroquímicos e de outras áreas de atuação, como nutrição de plantas, estão entrando nesse mercado”.