Mato Grosso, por suas autoridades, fez silêncio sepulcral nessa sexta-feira, 27 de julho, data em que a 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, a “Brigada Barão de Melgaço”, em Cuiabá, celebrou os 40 anos de sua criação.
Foi um silêncio abrangente pela classe política, a categoria sindical e pelos chefes dos poderes e órgãos sobre a Guarnição Militar de Cuiabá, o que demonstra o distanciamento chapa-branca das instituições mais respeitáveis, nesse caso o Exército, nossa Força Terrestre.
Esse silêncio não representa o sentimento do povo mato-grossense, que respeita o Exército. Ao contrário, ele apenas traduz o pensamento dos donos do poder nessa terra assolada pela corrupção, violência e a crescente onda da perda da nacionalidade que paira como densa nuvem cinzenta sobre nossa soberania.
Em 1978, quando aqui se instalou, a Brigada Barão de Melgaço não pisava em solo estranho. Ao contrário, Mato Grosso e o Exército se fundem e se confundem historicamente. Quando as botas invasoras ocuparam Corumbá no maior conflito bélico do continente, aquela cidade pertencia ao Estado dos soldados que a libertaram. Quando os canhões nazistas pulverizavam a Europa, febeanos pantaneiros derramaram sangue pelo aniquilamento das forças de Hitler. Quando a ameaça vermelha pairou sobre o Brasil, coube ao coronel Meira Mattos, comandante do 44º Batalhão de Infantaria Motorizado, ocupar a sede do governo em Brasília para exorcizar o risco da nossa comunização. Por isso, em Cuiabá se vê ruas com nomes de heróis militares, com datas alusivas aos seus feitos, com a sigla da Força Expedicionária Brasileira.
As sementes da Brigada Barão de Melgaço foram lançadas na terra dos heróis Cândido Mariano da Silva Rondon e Eurico Gaspar Dutra, ambos marechais, neste solo que se identifica com grandes vultos da caserna.
Ao longo das décadas, nossa Brigada – peço permissão ao seu comandante general de brigada Fernando Dias Herzer para assim chamá-la – qualificou cívica e patrioticamente gerações e em todos os segundos de sua presença esteve e continua preparada para a defesa nacional contra inimigos externos e para agir quando a quebra da ordem interna fugir ao controle do Estado. Tenho certeza de que a nossa Brigada hoje é a mesma de ontem e não mudará no amanhã.
Não digo bem-vinda Brigada, pois a mesma está presente na Terra que é sua. Tudo que posso dizer é obrigado e que seu Comando saiba que tanto o Exército quanto nós cidadãos do povo sempre somos abandonados ao esquecimento pela ordem social vigente em todas as esferas. Sei que essa data abre um breve hiato para rápida comemoração, mas que a rotina militar continua, discreta, eficiente, calcada na disciplina e na hierarquia no desempenho de suas atribuições em Mato Grosso e em parte de Goiás e Mato Grosso do Sul.
Parabéns, Brigada Barão de Melgaço por sua existência!
Eduardo Gomes de Andrade é jornalista em Mato Grosso
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