Imagens inéditas do elevador do prédio onde mora o médico Denis Furtado, conhecido como “Doutor Bumbum”, desmentem a versão que ele deu ao ser preso, na semana passada, pela morte da bancária de Cuiabá, Lilian Calixto. Nas cenas, exibidas nas cenas exibidas, ontem, pelo RJTV, a paciente, que havia feito um procedimento estético nos glúteos, na cobertura do profissional, na Barra, parece não se sentir bem e está amparada pela técnica de enfermagem Rosilane Pereira da Silva e por Renata Fernandes Cirne, namorada do médico. Além disso, há mais uma mulher no local, no momento do socorro. A pessoa, que até agora não tinha surgido na história, será ouvida hoje pela polícia.
Denis havia afirmado que Lilian não estava passando mal ao deixar seu apartamento. “Perguntei a ela se estava com alguma dor, falta de ar. Absolutamente nada. Ela estava totalmente estável. E eu falei para ela: “a senhora está com uma queda de pressão, mesmo que leve. Vamos ao hospital e lá a gente avalia”. Ela disse “não doutor, não quero não, é sábado à noite, para que isso, não vou lhe incomodar”. Eu falei: “não, vamos, sim. É de praxe, a gente leva”.
A mãe de Denis, Maria de Fátima Furtado, e o próprio médico também aparecem nas imagens do elevador. Os dois, além de Renata e
Rosilane, foram indiciados por homicídio doloso qualificado.
A namorada do “doutor bumbum” está grávida. De acordo com O Extra, um exame de sangue confirmou a gravidez e, por conta disso, ela será transferida da Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza para o presídio Talavera Bruce. As duas unidades ficam no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, mas o Talavera Bruce tem melhores condições para abrigar detentas gestantes.
Lilian morreu na madrugada do dia 12, horas após ser submetida a um procedimento estético para aumentar o glúteo, realizado em uma cobertura na Barra da Tijuca. Segundo parentes, a vítima sai
u de Cuiabá, no sábado, para realizar as aplicações de silicone com Denis. O procedimento teria custado R$ 20 mil.
Após a intervenção, a bancária teve complicações e foi encaminhada pelo próprio médico para um hospital particular, também na Barra, onde chegou ainda lúcida, mas com taquicardia, sudorese intensa e hipotensão.
Ela teve quatro paradas cardiorrespiratórias e não resistiu. A hipótese inicial levantada sobre as causas da morte seria embolia pulmonar, devido à aplicação de produto sintético.
O médico teria usado a substância PMMA na bancária. A sigla significa polimetilmetacrilato, material parecido com plástico, composto por microesferas e utilizado para fazer preenchimentos corporais e faciais. O produto é aprovado pelo Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas indicado para situações pontuais e em pequenas quantidades.
Segundo o “doutor bumbum”, seu ambiente de trabalho, a cobertura onde morava e foi feito o procedimento, tinha condições adequadas para cirurgia de bioplastia. Ao fim da entrevista, declarou: “A justiça será feita”.
O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) cassou o registro do médico em um processo ético-profissional. A decisão ainda deve ser submetida ao Conselho Federal de Medicina (CRM), e cabe recurso. Em março de 2016, o “Doutor Bumbum” foi alvo de uma interdição cautelar para o exercício da profissão, a qual foi suspensa três meses depois pela Justiça. O CRM-DF informou que o processo é sigiloso e não deu detalhes sobre o caso. O médico também possui registro profissional no CRM de Goiás.