A ex-juíza Selma Arruda (PSL) e pré-candidata ao senado deixou claro que aderiu à chapa do governador Pedro Taques (PSDB) por falta de opção. Ela disse que preferia compor com o ex-prefeito de Sorriso, Dilceu Rossato, que era pré-candidato ao governo pelo seu partido, mas que a desistência do empresário a deixou refém da situação. “A máquina, o sistema obriga a gente a fazer isso”, declarou ontem à noite nas redes sociais durante uma conversa, ao vivo, com eleitores, completando: “Peço a vocês que não se decepcionem. Isso são questões técnicas, questões legais que acabaram nos obrigando a adotar essa posição”.
Selma explicou que a desistência de Rossato desfez a aliança da “frentinha”, composta por partidos menores que gostariam de compor com o PSL para apoiar a candidatura de Jair Bolsonaro. A coligação foi a alternativa que restou para dar a ela visibilidade e possibilidade de se eleger. “O PSL, sozinho, não poderia prosseguir. Primeiro porque nós não teríamos candidatos na majoritária para governador. Segundo, nós não teríamos tempo de TV, o PSL teria menos de um segundo de TV e não tem como você conversar com o eleitor sem esse tempo. Se abríssemos mão disso, por mais que disséssemos que fizemos isso [não se coligar com o PSDB] para nos mantermos fieis, para sermos puros, para não termos essa mistura, certamente não elegeríamos nenhum candidato”, justificou.
Diante da polarização de três candidaturas, Selma disse que não poderia compor com o ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (DEM) por ele abrigar o MDB, do ex-governador Silval Barbosa que foi alvo de suas ações durante a magistratura, nem com o senador Wellington Fagundes, que está aliado ao PT e PCdoB, partidos “antagônicos” ao PSL. “Não conseguiríamos nos colocar em outro lugar que não fosse ali [com Taques]”, reforçou.
Mostrando pouco traquejo para trabalhar em grupo, pelo menos no que está, e franqueza rara à maioria dos políticos, Selma não poupou seus aliados para limpar sua barra diante da aproximação com Taques, investigado na Operação Rêmora, que foi julgada por ela. A ex-juíza reforçou que a coligação foi uma decisão pessoal. “Não foi a Selma que coligou. Foi o PSL que coligou. Quem coliga é o partido. Essa decisão foi tomada em colegiado. Eu não gostaria que vocês pessoalizassem”, alertou.
Uma “noticia boa” para o eleitor, segundo Selma, é a possibilidade de votar individualmente, o que ela fez questão de enfatizar. “É obvio que as pessoas não precisam votar com a chapa fechada. Aquele que não acredita na Selma e não acredita em A ou B que está na coligação, pode perfeitamente votar na Selma, em outro governador, em outro deputado federal ou em outro senador também”.
Selma Arruda anunciou o embarque no time de Taques há dois dias. Ela aguardava a liberação do diretório nacional do PSL que veta a coligação com sete partidos, entre eles o PSDB, e que foi negociada pelo presidente estadual do PSL, deputado Victório Galli. Além de viabilizar a candidatura de Selma, a união abre espaço para Bolsonaro subir no palanque de Taques em Mato Grosso.