Após registrarem em junho o pior desempenho desde janeiro de 2011, as exportações brasileiras de carne bovina in natura parecem caminhar para uma recuperação em julho. Isso porque, até a segunda semana do mês, os embarques eram intensos, somando 73,2 mil toneladas (contra 54.4 mil toneladas em junho), de acordo com dados da Secex. Se o ritmo atual, de 7,3 mil toneladas por dia, se mantiver até o final do mês, as exportações brasileiras da proteína podem ultrapassar as 150 mil toneladas, um recorde.
Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário pode estar atrelado à greve dos caminhoneiros no final de maio, que impediu que muitos caminhões chegassem aos portos. Dessa forma, as cargas que ficaram travadas em frigoríficos podem estar sendo escoadas neste mês. Conforme colaboradores do Cepea, esse contexto trouxe certo ânimo aos agentes do setor, que relatam fraca demanda pela carne no mercado doméstico, informa a assessoria.
Conforme Só Notícias/Agronotícias já informou, Mato Grosso exportou 9,41 mil toneladas de carne bovina in natura, em junho. O resultado é 43% menor em relação a maior deste ano. Também é o menor volume negociado para o exterior desde fevereiro de 2012. A constatação é da Secex- Secretaria de Comércio Exterior.
“Essa queda nos embarques também é um dos reflexos da greve dos caminhoneiros pois, ainda que no início de junho, o movimento já havia sido cessado, a logística no país demorou alguns dias para voltar a normalidade. Diante disso, o setor de proteína bovina no Estado, que no primeiro trimestre de 2018 desfrutava de um bom desempenho nas exportações, passou a sofrer baixas no segundo trimestre sendo sinal de alerta para a cadeia, visto que exportar é um dos meios de escoar a produção”, analisa o IMEA – Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária.
