Mesmo depois de se reunir com o senador Wellington Fagundes (PR) em Brasília, Selma Arruda (PSL) foi firme: ‘não venderei a alma ao diabo’, disse ao assinalar que não faria aliança com políticos e partidos acusados de corrupção. No dia seguinte, o republicano foi prudente e respondeu: ‘o passado já foi, aqueles que acertaram têm que ser vangloriados e aqueles que erraram, que paguem os seus pecados’.
Apesar do tom prudente, Fagundes, que disputará o governo do Estado, não esconde o desejo de ter a juíza aposentada, pré-candidata ao Senado, em sua coligação. Chegou a verbalizar o convite na reunião de quarta-feira (4). ‘Para chegar na coligação, todos têm que apartar os problemas pessoais e olhar para o comum’, falou.
A negativa de Selma não é dirigida somente ao senador. A juíza também se incomoda com a ligação entre o PR e o MDB. Desde o lançamento de sua pré-candidatura, ela vem tentando driblar os interesses fisiológicos do PSL para construir um projeto que seja ‘ficha limpa’, mas sem deixar de fazer alianças.
No que depender de Fagundes, a ex-magistrada não vai escapar tão fácil assim. A aposta é em uma aliança nacional entre o PR e o PSL que aproxime ainda mais os partidos no Estado. Nacionalmente, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) tenta convencer Magno Malta (PSL) a ser seu vice. Enquanto isso, Fagundes segue com o convite de coligação feito na quarta-feira.
Selma nega que a aliança tenha sido tema do debate. Ela afirma, inclusive, que o flerte entre Bolsonaro e Malta não impede que ela continue se desviando de políticos que poderiam fazê-la cair em contradição, sobretudo porque Selma tem no combate à corrupção e na moralidade o principal ponto de seu discurso.