A assessoria da Polícia Civil confirmou, há pouco, ao Só Notícias, que o inquérito está sendo finalizado e vai passar para a Polícia Federal dar continuidade nas investigações para tentar esclarecer todas as circunstâncias de como ocorreu o pouso forçado do avião Piper Aircraft, modelo PA-31, no rio Jamanxim, perto da comunidade de Jardim do Ouro, zona rural do município de Itaituba, no Pará (900 km de Sinop), no dia 28 do mês passado. A aeronave decolou de Guarantã do Norte.
O piloto alegou não ter atirado no passageiro após ele (passageiro) ter matado a tiros o outro ocupante da aeronave. De acordo com a Polícia Civil do estado paraense, el afirmou não ter dado qualquer outra versão anterior a policiais militares e que a informação inicial que teria atirado em um dos passageiros teria sido mal interpretada pelos militares que o detiveram enquanto seguia na garupa de um mototáxi para a comunidade de Morais de Almeida. Ele contou que teria dito aos policias que “para salvar a própria vida”, atiraria e, negou, ter declarado a versão inicial reportada em um boletim de ocorrência registrado na Seccional de Itaituba.
No depoimento ao delegado, Becker afirmou que é piloto freelance e que foi contratado por um homem para pilotar o avião, que pertenceria a um dos ocupantes. Segundo consta nas informações da assessoria, a versão do piloto é que ele teria partido de Guarantã do Norte, na quarta-feira, por volta de 12h40. Após uma hora de voo, já na região de Itaituba, os dois passageiros iniciaram uma discussão por causa de valores em dinheiro e após alguns minutos de silêncio, ouviu barulho de disparos e que, ao virar o rosto para trás, viu um deles morto, caído no assento com tiros na cabeça e o outro segurando um revólver. Nesse momento, o piloto alega ter decidido retornar para Mato Grosso. Ainda de acordo com Becker, o acusado teria colocado um pano na cabeça da vítima e o arrastado pelo piso entre as poltronas.
O assassino teria aberto a porta principal do avião, que fica do lado esquerdo e nesse momento, avistado a BR-163 (Cuiabá-Santarém) e as comunidades de Jardim de Ouro e Morais de Almeida. Após isso, o piloto afirma que sentiu um novo desequilíbrio no avião. Foi então que afirma ter visto o homem jogar o corpo do passageiro para fora da aeronave. Após isso, o piloto alegou que entrou em desespero e, temendo por sua vida, decidiu iniciar o pouso de emergência.
Becker afirma ter simulado uma pane na aeronave e, em seguida, avisou o assassino que "havia perdido o motor esquerdo". Por fim, o piloto pousou no leito do rio. Ao perceber que a aeronave afundava, o piloto alega que saiu pela porta de emergência no lado direito do avião, enquanto o acusado permaneceu perto da porta principal aos fundos.
Sergio disse ter ficado sobre a asa direita já submersa, de onde afirma ter visto o homem ser arrastado pela correnteza, não sabendo informar se ele conseguiu chegar à margem do rio. O piloto contou ainda que, após isso, retornou ao interior do avião para pegar sua mochila e uma caixa térmica, que continha gelo e água, e ficou sentado no teto do avião, no aguardo de ajuda. Segundo ele, cerca de 20 minutos depois, apareceu no local uma pequena embarcação de pescadores que o levaram até a comunidade de Jardim do Ouro.