O delegado da Polícia Civil de Sorriso, Nilson Farias, disse, esta tarde, que o homem preso na última sexta-feira, durante a operação Segregare, era o principal alvo da polícia e precisava ser preso antes da operação ser oficialmente deflagrada, hoje, já que era considerado um dos chefes de uma organização criminosa. “Necessitávamos da prisão dele para darmos sequência à operação. Ele era o alvo principal, já que atuava em todo o Estado, principalmente em Sorriso, Lucas, Sinop, além da capital” , disse (foto). Ele foi recambiado para Cuiabá no sábado.
O criminoso foi abordado quando estava em uma Toyota Hilux SW4 prata, após ser monitorado por quatro dias pelos policiais da GCCO (Gerência de Combate ao Crime Organizado). Estava em liberdade há pouco tempo e residia em uma casa alugada em um bairro de classe média-alta de Sorriso. "Ele planejava fazer festa com mulheres nessa residência, o que demonstra o poder aquisitivo desse indivíduo e dos seus comparsas. Acho que escolheu a dedo um bairro bom para que não levantasse suspeita", analisou Farias.
Conforme Só Notícias informou, as investigações da operação Segregare iniciaram em março deste ano, após tiros efetuados na noite do dia 22 na casa de um agente penitenciário, no bairro Nova Conquista, em Cuiabá. No dia seguinte, disparos foram feitos contra a sede do Sindicato dos Agentes Penitenciários. Novos tiros foram dados em duas casas de agentes, em 24 de março, no bairro Sucuri, na capital, e no bairro Vila Arthur, em Várzea Grande.
A operação cumpriu mandados de prisão contra nove suspeitos, mandantes e executores, envolvidos nas ações criminosas. Foram 7 mandados de prisão preventiva, 2 mandados de prisão temporária e 4 mandados de busca e apreensão, no trabalho coordenado pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), com apoio investigativo do Núcleo de Inteligência da Diretoria Metropolitana e Inteligência do Sistema Penitenciário da Sejudh, e apoio operacional da Polícia Federal, Diretoria de Inteligência, Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), das Delegacias da Polícia Civil de Lucas do Verde, Guarantã do Norte, Sorriso, Tangará da Serra, Água Boa, Gerência de Operações Especiais (GOE) e Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPaer).
Imagens de explosivos, armas e mensagens encontradas em um celular apreendido com os presos, durante revistas realizadas pelo Sistema Penitenciário nas celas, indicam que eles também planejaram e executaram a ação criminosa contra a Sesp, em que parte do muro da secretaria foi explodido no dia 18 de abril.
O delegado Diogo Santana destacou que a intenção dos criminosos era matar agentes prisionais. “Pela análise das conversas feitas por aplicativos de celular, observamos que antes dos atentados eles se reuniam para combinar os detalhes, dizendo realmente que o objetivo era ceifar a vida dos agentes penitenciários. Após os ataques eles novamente se reuniam para cobrar os resultados pretendidos. Os mandantes cobravam aos executores a respeito dos resultados (porque não mataram)”, revelou.
Os alvos da operação são cinco mandantes apontados como lideranças de alto escalão de uma facção criminosa. Foram eles que ordenaram os ataques praticados por membros de menor escalão, que estão do lado de fora da cadeia. Quatro dos líderes estão presos em estabelecimentos prisionais do Estado.
Segundo a investigação, os criminosos criaram um grupo no aplicativo de mensagens denominado “Vamos para cima”, para planejar os ataques entre as pessoas ligadas direta e indiretamente a ação criminosa. “O grupo era para discutir os detalhes de como seriam realizados os ataques. Nesse grupo era eleito o executor, quem seria o indivíduo que iria ao local executar o crime, qual arma e veículos utilizados, qual residência seria atacada. Eles faziam levantamento prévio da residência com fotografia da casa e do agente”, explicou, através da assessoria.