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Hepatite C preocupa a saúde pública em Mato Grosso

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A Gazeta

Cuiabá está entre as capitais brasileiras que registraram mais casos de hepatite C. A média é maior que a nacional de acordo como os dados do Ministério da Saúde (MS). As estatísticas são referentes ao ano passado e mostram que enquanto o Brasil apresentou 11,9 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, a capital mato-grossense teve 13. O que leva a saúde pública à situação de alerta, tendo em vista que não há imunização com vacinas e o vírus causador é muito mais resistente em ambientes externos que o do HIV, por exemplo.

Coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde, Alessandra Morais explica que além de se pegar hepatite pelo contato sexual sem preservativo, existe grandes chances de se adquirir a doença em salões de manicure e estúdios de tatuagem que não fazem os procedimentos necessários para desinfecção e esterilização.

Morais adverte que as pessoas precisam ficar atentar a forma com que são tratados os alicates e demais instrumentos perfurocortantes. Ver se as agulhas são descartáveis e até mesmo as condições de higiene das instalações. Se comparada com as demais hepatites (A, B e D), a de tipo C é a mais letal. Das mortes registradas entre os anos de 2000 e 2016 no Brasil, 75,8% foram associadas ao vírus tipo C, 21,4% ao tipo B, 1,7% ao tipo A e 1,1% ao tipo D. Motivo pelo qual o Ministério da Saúde lançou, na semana passada, uma campanha para fortalecer as ações e alcançar a eliminação do vírus do país até 2030.

Entre as medidas a serem tomadas está simplificar o diagnóstico, ampliar a testagem e fortalecer o atendimento às hepatites virais, que trazem danos irreparáveis ao fígado que, dependendo da situação, pode chegar à falência e levar o paciente à de transplante.

Coordenadora da Vigilância Epidemiológica assegura que as campanhas começaram desde 2014, quando os medicamentos para o tratamento da doença foram trocados. Naquele momento, as substâncias eram caras e não se tinham comprovação de que levariam à cura. Até então a doença era considerada crônica. Então, devido à falta de recursos, a estratégia do governo foi oferecer os medicamentos apenas para os doentes que já tinham alterações no fígado ou que caminhavam para uma cirrose. “A eficiência para estas situações chegou ao resultado de 95% de cura”.

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