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Não há definição sobre fretes e embarques continuam travados há 11 dias

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Até o final desta tarde de terça-feira não havia nenhuma informação sobre a questão dos fretes. Oficialmente ainda está valendo a 1a. tabela, mas com valores impraticáveis, e que não é aceita para o fechamento dos contratos. Lideranças de várias áreas da produção brasileira continuam de prontidão, aflitos em busca de uma solução. Um desses técnicos é o coordenador- executivo do Movimento Pró-logística do MT, Edeon Vaz Ferreira, que responde pela movimentação de cargas e transportes do Estado matogrossense.

“Não há solução, ninguém se entende, e, se alguém souber como resolver, que se apresente”, diz Edeon em entrevista ao Notícias Agrícolas ao final da tarde desta terça-feira.

Na segunda-feira as lideranças dos caminhoneiros autônomos, reunidas em Brasília, não compareceram ao encontro marcado com a ANTT para encontrar uma solução para a tabela de fretes. A CNA (Confederação Nacional da Agricultura) entrou com uma ADIN (Acão de Inconstitucionalidade) sobre qualquer tabela que afete o funcionamento do livre mercado no setor de transporte. E também os demais setores produtivos não aceitam a imposição de tabelamento dos preços dos fretes de carga.

Por sua vez, os caminhoneiros permanecem irredutíveis em sua posição, ameaçando fazer nova greve caso não consigam um preço justo que dê sustentação para a atividade. Segundo cálculos do ministério da Fazenda, o Páis já perdeu 15 bilhões com a paralisação do mercado. Já os consumidores, assustados com a falta de combustiveis nos postos, mudaram radicalmente de opinião, passando da adesão à completa rejeição ao movimento dos caminhoneiros.

“Podemos ter uma falta de combustíveis nos postos?” perguntou o Notícias Agrícolas ao coordenador do Movimento Pró-Logistica, Edeon Ferreira. Ele respondeu: “Não só isso, como podemos ter falta de comida na mesa dos brasileiros. E qdo isso se resolver, o preço dos alimentos que voltarem ao consumo serão a preços extremamente altos”, frisou o coordenadro do Movimento Pró-logística.

Os dados do setor privado que chegam à mesa do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, apontam para um atraso de 11 dias nos embarques do agronegócio. “Deixamos de exportar 450 mil toneladas por dia”, diz o ministro. É o suficiente para carregar 60 navios. Mas, sem carga, eles ficam parados no porto, sujeitos a uma cobrança diária de US$ 25 mil.

O quadro foi confirmado pelo diretor-geral da Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes. “O mercado continua completamente parado. Tem 10 milhões de toneladas já vendidas e paradas no interior e 50 navios de soja ao largo dos portos esperando resolver essa situação para poder embarcar”, disse. Segundo ele, há outros 60 navios chegando aos portos brasileiros e correndo o risco de enfrentar o mesmo problema.

Na produção industrial, também há cargas paradas. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), as empresas já enfrentam dificuldades para obter insumos.

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