Na minha casa mando eu. Pela sétima vez na história, Palmeiras e São Paulo se enfrentaram no Allianz Parque e, pela sétima vez, o Verdão saiu vitorioso. Edu Dracena marcou contra no primeiro tempo, mas Willian garantiu a virada palestrina e Dudu fechou o placar.
Com a derrota no Allianz Parque, o São Paulo deixou escapar a chance de assumir a liderança provisória do Campeonato Brasileiro (o Flamengo só entra em campo neste domingo, contra o Corinthians, no Maracanã). Tricolor está a apenas um ponto do Rubro-Negro carioca, porém, com o complemento da rodada, pode acabar vendo seu principal concorrente desgarrar. Já o Alviverde subiu provisoriamente para a quinta colocação do Brasileirão.
Apesar de sair atrás no placar, o Alviverde entrou em campo já em vantagem, ao menos emocional. Se a equipe vinha de três partidas consecutivas jogando mal e sem vencer, a festa, pressão sobre o adversário e clima de decisão nas arquibancadas não refletia isso.
O apoio da torcida começou bem antes de a bola rolar no Allianz Parque. Fora da Arena, palmeirenses gritavam cantos de incentivo uma hora antes do jogo e, ainda no aquecimento dos atletas, os gritos nas arquibancadas ecoaram mesmo cobertos pelo enorme bandeirão. No entanto, o primeiro tempo foi um exemplo perfeito de como um gol pode abalar o psicológico de uma equipe e transformar (temporariamente) o clima em um estádio.
Até os 29 minutos da etapa inicial, o Choque-Rei era equilibrado, e mesmo com os times sem conseguir criar oportunidades de gol, a partida era boa. Enquanto a torcida vibrava a cada dividida ganha, a cada carrinho, Palmeiras e São Paulo espelhavam seus esquemas táticos em campo.
O Tricolor de Aguirre, ao contrário do comum para os visitantes no Allianz Parque, não ficou preso à defesa e conseguiu evitar a pressão impedindo que o Verdão mantivesse alto índice de posse de bola. Com 29 jogados, a equipe do Morumbi foi premiada com a lambança alviverde.
Hudson cobrou lateral para ninguém, quatro palmeirenses (Edu Dracena, Antônio Carlos, Moisés e Felipe Melo) não anteciparam o quique da bola e o experiente zagueiro recuou mal para Jailson, que saiu mal e, atrapalhado por Marcos Guilherme, permitiu que a bola passasse entre suas pernas. Uma jogada patética, que culminou em gol contra de Edu Dracena, que a favor, nunca marcou pelo Palestra.
Nervosos em campo, os palmeirenses passaram a reclamar a todo instante da arbitragem ruim de Rodolfo Toski Marques. A torcida, por sua vez, se dividia entre a irritação com o árbitro e com a própria equipe. O resultado foram gritos de “se o Palmeiras não ganhar, o pau vai quebrar” e vaias ao final do primeiro tempo.
Como um casal que se ama, porém, a briga foi momentânea. Depois do intervalo, o volume voltou a subir no Allianz Parque e o Palmeiras passou a dominar completamente o jogo. Antes do primeiro minuto, já criou sua primeira chance de gol desde a partida contra o Sport – diante do Cruzeiro, não houve nenhuma.
Em ritmo de que o “Palmeiras é o time da virada”, a reação começou aos nove minutos, com gol de Willian. A vibração, porém, teve delay, já que a arbitragem confusa quase anulou o gol legítimo cogitando impedimento de Dudu, que, em posição irregular, não tocou na bola antes de ela entrar. Após dois minutos, o árbitro de linha de fundo avisou Rodolfo Toski, que confirmou o tento.
Na mesma jogada, Keno deixou o campo machucado e deu lugar a Hyoran. Não pela saída do atacante, mas pela entrada de um segundo meia, o Alviverde cresceu ainda mais no jogo. Assim, com 21 jogados, Willian, impedido, decretou a virada acertando belo chute no ângulo de dentro da área.
Três minutos depois, Hyoran recebeu lançamento de Moisés na direita, carregou até a entrada da área e cruzou para Dudu dar um peixinho e mandar para as redes. O tento foi para selar a paz de vez com a torcida, e o camisa 7 vibrou muito e correu em direção às arquibancadas para celebrar.