A secretaria Estadual de Infraestrutura notificou a Companhia Energética Sinop para que, em 48 horas, providencie soluções para que o tempo de espera seja o menor possível para transporte, por balsas, na MT-220 em Sinop, devido a interdição da ponte da marina para obras. Se as longas filas de carretas e veículos esperando passar continuarem, a secretaria deve suspender a autorização para obras de elevação da estrutura da ponte. Na notificação para a empresa que está construindo a usina, e as obras da ponte, o secretário Marcelo Duarte aponta que foi feita fiscalização no local e a espera para passar de balsa chega a 10 horas.
A interrupção do tráfego na ponte começou na última segunda-feira para que seja elevada em 70 centímetros devido ao alagamento que ocorrerá devido ao enchimento do reservatório da usina hidrelétrica. Foram colocadas duas balsas para carretas carregadas com soja, madeira e outros produtos passarem em direção a Sinop e sentido Juara e municípios da região.
“Qualquer analfabeto poderia fazer essa conta que a travessia por balsas na MT-220 iria provocar prejuízos”. A crítica foi feita, hoje, pelo presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso, Sigfrid Kirsch, em entrevista, ao Só Notícias. “Estamos no início de safra para puxar madeira. Já tivemos o período dos caminhoneiros que ficaram parados por conta da greve e, agora, não estamos mais conseguindo contratar freteiros que queiram ir buscar madeira na região. O motivo é que está sendo necessário passar pela balsa colocada pela usina. Os caminhões estão ficando mais de 20 horas parados nas filas, sem água para beber, sem banheiro. Não tem nenhum tipo de estrutura. Ainda estamos fazendo os levantamentos, mas os prejuízos serão grandes. Nós só temos três meses para fazer retirada de toras. Depois disso, começam as chuvas e acabou”.
Kirsch apontou também que faltou planejamento da Usina Hidrelétrica Sinop. “Não calcularam o fluxo de caminhões que passam diariamente pela ponte e, que, agora dependem das balsas. Essa conta poderia ter feito até em papel de padaria, que iriam saber que isso não daria certo. Estão passando nove caminhões por hora. Ou seja, qualquer analfabeto poderia fazer essa conta que a travessia por balsas na MT-220, iria provocar prejuízos”.
Ontem, o o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Antônio Galvan, também criticou a empresa contratada pela Usina Hidrelétrica Sinop para fazer a travessia de caminhões e carretas carregadas com soja por balsas, no rio Teles Pires. “Essa situação está insustentável. Não tem como aceitar a forma que a usina colocou lá essas balsas. Não fizeram um planejamente e não estão conseguindo dar o fluxo necessário para passagem dos caminhões carregados e os que estão indo até as propriedades para carregar. Estamos em plena colheita e não há possibilidade do produtor continuar aceitando isso. Mesmo com as duas balsas não estão dando conta”, disse.
O presidente da Aprosoja apontou ainda que, se a Usina Hidrelétrica não resolver o problema, os produtores correm o risco de perder a produção de milho que ainda será colhida. “Tem pelo menos 10 quilômetros de filas de caminhões de cada lado do rio. O trabalhador está ficando até 20h parado para conseguir passar. Isso vai causar danos econômicos seríssimos. Tem muita soja para ser retirada e milho para ser colhido. Os produtores não estão tendo o fluxo necessário no transporte. É preciso uma solução rápida ou o produtor vai acabar perdendo a produção”.
A previsão da empresa é que as obras durem até agosto. Uma das balsas é usada exclusivamente para veículos leves e outra para veículos pesados. Ambas as balsas estão funcionado 24 horas e não está sendo cobrada pela passagem.