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Juiz quer novas diligências para tentar esclarecer morte de sinopense no Pará; familiares cobram justiça

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O juiz da 1ª Vara Criminal de Novo Progresso (PA), Juliano Mizuma Andrade, autorizou a realização de novas diligências requeridas pela defesa e Ministério Público Estadual (MPE) para tentar esclarecer a morte da Alayne Bento Martins, 23 anos, que era moradora em Sinop e faleceu no município paraense, em setembro de 2015. O ex-namorado é acusado de assassinar a jovem e forjar um acidente como causa da morte.

Na última sexta-feira (8), em audiência, uma enfermeira que atendia em um hospital de Novo Progresso, para onde Alayne foi levada, fez menção a outra profissional que atuava na unidade. Diante disso, o Ministério Público pediu, com concordância da defesa e autorização do magistrado, para que esta outra enfermeira também seja ouvida como testemunha referida no processo. A nova audiência está marcada para o dia 28 de agosto.

Juliano também aceitou a solicitação da defesa para notificar a autoridade policial de Sinop sobre a possível realização de exame necroscópico no corpo da vítima. Segundo o advogado Alexandre Paiva, o delegado responsável pelas investigações do caso fez pedido, na época, para que o exame fosse realizado, mas não houve resposta. "Este ofício ainda está pendente. Precisamos esclarecer se foi ou não procedido", afirmou, ao Só Notícias.

Conforme o advogado, o exame é necessário para esclarecer a causa da morte da jovem. "A defesa questiona os laudos periciais que estão nos autos, uma vez que foram feitos em completo desacordo com o Código de Processo Penal. Existem dois laudos dentro do processo que são contraditórios quanto à causa da morte e ao relato das testemunhas. A existência deste exame vai, com certeza, aclarar o que aconteceu".

Enquanto o caso não é esclarecido, familiares e amigos cobram justiça pela morte da jovem. Em Novo Progresso, um outdoor foi instalado na avenida Jamanxin. A publicação é assinada por "pais, irmãs e amigos" e pede que Alayne "não seja só mais uma vítima da violência". Também faz menção ao Instituto Eric, fundado pelos pais do acadêmico Eric Francio Severo, vítima de latrocínio em 2014.

Em fevereiro deste ano, conforme Só Notícias já informou, a então juíza da 1ª Vara Criminal de Novo Progresso, Rafaela de Jesus Mendes, decidiu manter o recebimento da denúncia e a ação penal contra o principal suspeito de matar Alayne. Em sua decisão, a magistrada apontou que “estão presentes os pressupostos processuais e as condições para o regular exercício da ação penal, posto que presentes indícios suficientes de materialidade e autoria”.

O réu foi preso, no início de novembro de 2015, em Novo Progresso, onde Alayne morreu. De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Daniel Mattos Matias Pereira, o réu alegou, ao depor, que a vítima caiu, acidentalmente, de uma caminhonete Dodge Ram, em movimento. No entanto, conforme Daniel, diversas contradições no depoimento teriam motivado o pedido de prisão preventiva.

Em maio de 2016, no entanto, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu por unanimidade acatar a solicitação da defesa e conceder habeas corpus para libertar o suspeito. Desde então, ele aguarda o desfecho do processo em liberdade, apesar do STJ ter autorizado uma nova prisão “caso demonstrada a sua necessidade”.

Segundo consta no processo, Alayne estaria bebendo com o suspeito em um bar. Ao entrar na caminhonete, o rapaz teria agredido a jovem, após esta ter se recusado a beijá-lo. Segundo o próprio réu, a vítima abriu a porta do veículo em movimento, se desequilibrou e caiu do automóvel.

Anteriormente, a mãe dela, Ana Cristina Bento de Oliveira, contestou a versão de que a filha morreu em decorrência do acidente. Segundo ela, a filha e o suspeito se relacionaram por cerca de oito meses e estavam separados. Alayne foi até a cidade paraense para passear na casa de amigos e teria encontrado o acusado.

A sinopense morreu dia 29 de setembro. Ela chegou a ser socorrida e encaminhada ao Pronto Atendimento de Novo Progresso, de onde foi transferida para uma unidade médica particular, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu. Ela foi sepultada em Sinop.

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