Ao todo foram 15 pessoas presas em Penha, Balneário Piçarras, Joinville, Garuva, Timbó, Balneário Camboriú, Itapema (SC) e o médico em Sinop. A polícia investiga desvios por meio de uma organização social (OS) nos municípios de Penha e Itapema, no litoral norte do Estado. De acordo com o delegado Marcus Fraile, da Deic, as fraudes ocorreram entre 2011 e 2016. Segundo a assessoria da Polícia Civil catarinense, o sistema funcionava da seguinte forma: as prefeituras tinham convênio com a organização social, porém muitos dos serviços que constavam na prestação de contas não eram efetivamente prestados. A organização social, cujo responsável também é dono do Hospital Nossa Senhora da Penha, contratava supostos serviços com empresas que emitiam notas, porém o dinheiro, no fim das contas, retornava aos responsáveis pela OS.
“A investigação foi bem complexa e envolveu vários métodos, como a quebra de sigilo bancário e fiscal. Pode-se dizer que 90% das empresas prestadoras de serviço eram dos próprios dirigentes da organização social. Então o dinheiro ficava com eles mesmos”, explica Fraile. Segundo o delegado, havia três núcleos envolvidos nas fraudes. O primeiro era o de agentes públicos, que eram coniventes com o esquema e chegavam até mesmo a receber valores dos responsáveis pela organização social. Havia ainda o núcleo familiar, dos dirigentes da organização social, e o núcleo empresarial, que emitia notas fraudulentas de serviços que sequer chegavam a ser realizados.
Ainda durante essa fase da Operação Sutura, foram sequestrados bens dos investigados, os valores são calculados em R$ 1,5 milhão. As prisões temporárias têm um prazo de cinco dias, podendo ser prorrogados por mais cinco.