A ação proposta pelo Ministério Público do Estado requer ao Judiciário que seja estabelecido prazo de 30 dias para que a secretaria estadual de Saúde promova a efetiva implantação e pleno funcionamento da Câmara de Mediação e Conciliação e criado banco de preços em saúde, abrangendo serviços e insumos hospitalares, médicos e de órtese, prótese e materiais especiais, nos moldes do que já que existe no ministério da Saúde.
A lista de pedidos, inclui também o incremento em 50%, em até seis meses, da possibilidade de contratação ou contratualização de serviços de saúde, além da imediata criação de consultoria para acompanhamento do processo de liquidação da despesa, mesmo no âmbito judicial.
O MPE requer ainda a fiscalização, com supervisão, auditoria médica e de enfermagem, para avaliar e mensurar as despesas nos processos judiciais na área de saúde e a implementação de um sistema de coleta, processamento e análise de dados, com vista a subsidiar a tomada de decisões e criação de políticas públicas e de mecanismos para a detecção de fraudes.
As medidas requeridas buscam conter a “farra das liminares”, relacionadas à judicialização da saúde. Atualmente, gasta-se mais com a judicialização do que com a atenção básica. Consta na ação, que entre os anos de 2014 a 2016, o Estado gastou R$ 222, 9 milhões para cumprir liminares concedidas na área da saúde. Depoimentos obtidos pelo MPE durante o inquérito civil revelam que os hospitais privados trabalham com preços definidos, que chamaram de “tabela própria”.
“Os médicos fornecem um orçamento de seus serviços, com preços baseados no atendimento particular, não observando nenhuma tabela e indicam os materiais necessários para o procedimento correspondente. Após a prestação dos serviços e emissão de nota, os médicos recebiam em depósitos ou através do hospital onde realizaram o procedimento”, destacou o promotor de Justiça, Célio Fúrio, em um trecho da ação.
O promotor acrescenta que, antes de ingressar com a ação, foram feitas diversas tentativas para uma solução consensual, mas não obteve êxito. Além da troca constante de secretário, Fúrio aponta o “desinteresse demonstrado pelo Estado na solução das situações que levam à judicialização da saúde”.
Segundo ele, atualmente existe auditoria do Tribunal de Contas do Estado para levantamento dos processos relacionados aos hospitais de Cuiabá. Eventuais danos ao erário serão ressarcidos futuramente, depois de apurados e consolidados os valores.
A informação é da assessoria do MP.