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De convite

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Copa do Mundo em Cuiabá. Quem diria? Em campo Japão 1 a 4 Colômbia. Isso no distante 24 de junho de 2014, na quarta partida do Mundial na Arena Pantanal. Fim de jogo. Tranquilidade para sair do estádio. Por um bom papo com meu filho Eduardinho demoro um pouco na cadeira. A bela praça esportiva orgulho mato-grossense fica quase vazia. Restam alguns japoneses com suas sacolas recolhendo o lixo deixado pela torcida. Observo a seriedade e a dedicação daqueles orientais catando copos descartáveis e embalagens de papel. O time deles acabara de ser eliminado, mas nenhum deixava que o sentimento de tristeza prevalecesse sobre a responsabilidade social. Pensei em escrever algo sobre aquela imagem inédita pra nós, brasileiros, mas não o  fiz.

O tempo passou. Chegou a Copa da Rússia, que também jogou na Arena Pantanal. Quatro anos depois do jogo Japão e Colômbia não havia produzido uma linha sobre aquele belo exemplo. Na semana passada, com o noticiário sobre a Seleção em busca do hexa e a celebração dos 110 anos da imigração japonesa, aquela cena na nossa Cuiabá voltou à minha mente. Então notei que ao longo de décadas no jornalismo sempre dediquei espaço aos nossos irmãos japoneses e seus descendentes que habitam o abençoado e ensolarado Mato Grosso.

Há alguns dias posto regularmente capítulos da série “Transparência” no site boamidia, sobre candidatos majoritários e o ambiente da disputa eleitoral em si. Nesse contexto não poderia excluir Jorge Yanai, suplente do senador Wellington Fagundes, que é pré-candidato ao governo. Caso Wellington seja governador, Jorge Yanai irá para o Senado por Mato Grosso – é o que se chama voto além do voto – enquanto personagem da colônia japonesa.

Reuni alguns textos produzidos em minha trajetória, para falar sobre Jorge Yanai e a colônia japonesa, que tem papel importante no contexto social mato-grossense desde 1953. Passei pela fundação de Pedra Preta por Noda Guenko e o casal Konno. Trouxe para o conteúdo a luta de Paulo Japonês na Gleba Rio Ferro, no Nortão. Fui a Araputanga em busca do colonizador João Sato. Entrei na quadra de vôlei com nossa musa Ana Tiemi. Mostrei Ninomiya Miguel rasgando a Transpantaneira. Reproduzi a emoção do relato de Kazurayama, que sobreviveu ao horror nuclear em Nagasaki. Senti o cheiro da terra com Matsubara e seu pioneirismo no cultivo da soja abaixo do Paralelo 13. Voltei ao tatame com meu sensei – e de meus filhos Agenor e Luiz Eduardo – Manao Ninomiya. Matei a saudade do campo do japonês na minha Rondonópolis. Reuni Kazuo Sano, Iusso Sinohara, Hiroshi Kawatoko, Massairo Okamura e a bela miss Regina Nishitani.

Mesclando personagens naturais ou descendentes da Terra do Sol Nascente e contando a aventura dos que fazem o caminho inverso de seus antepassados, escrevi o capítulo 18 sobre o título O JAPÃO É AQUI. Fica o convite pra que o leiam.

Eduardo Gomes de Andrade é jornalista
[email protected]

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