A diretora técnica do Indea, Daniella Soares, participou de Audiência Pública realizada pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), do Senado Federal, em Brasília, que teve o objetivo de debater o Plano Estratégico 2017-2026, para a retirada da vacinação contra febre aftosa no Brasil.
O presidente da CRA, senador Ivo Cassol, destacou a relevância do debate sobre o tema, que tem um impacto econômico no país. “Sanidade animal é fundamental para dar segurança ao consumidor, para o mercado e para a economia”. Cassol ressaltou que é necessário que o poder público se comprometa a aplicar os recursos necessários, para a implantação do Plano Estratégico.
A diretora técnica do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), Daniella Soares, apresentou a estrutura do Indea e as atividades realizadas na fronteira com a Bolívia, bem como os investimentos aplicados na defesa sanitária na região fronteiriça. “Anualmente são investidos entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões nas atividade de vigilância e fiscalização na fronteira de Mato Grosso com a Bolívia. São sete barreiras sanitárias funcionando 24 horas por dia”.
Ela completa que com a retirada da vacinação, o trabalho do órgão de defesa terá outro foco. “Nosso foco se voltará para a aproximação ao produtor, com uma visão de sanitaristas. Já começamos a intensificar o trabalho de educação sanitária e fortalecemos a área de epidemiologia. Contamos com mais uma ferramenta, o Sistema de Informação Zoosanitária (SIZ), onde poderemos ter um parâmetro do trabalho de comunicação de ocorrências e tempo de atendimento”.
Daniella ressaltou ainda, que o setor já ansiava pelo Plano Estratégico e que a partir de agosto deste ano, o Indea passará a acompanhar a movimentação de embarque e desembarque das propriedades localizadas na faixa de fronteira com a Bolívia.
O diretor do Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Marques, destacou que o serviço veterinário oficial deve ser visto como investimento. “O fato de vacinar não exclui a possibilidade de ocorrência e de febre aftosa. Porém, reduz a disseminação rápida. E a retirada da vacinação deve ser compensada com um melhor serviço veterinário, que deve ser visto como um investimento e não, como custo. O serviço veterinário é um patrimônio para o Brasil e para o mundo, para continuarmos crescendo e mantermos as conquistas que já alcançadas”.
Do debate, também participaram o consultor de Defesa Agropecuária da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e representante do setor privado brasileiro no Grupo Interamericano de Erradicação da Febre Aftosa (Giefa), Décio Coutinho, e o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso, Antônio Carlos.
Os estados foram divididos em cinco blocos pecuários e Mato Grosso está inserido no Bloco IV, juntamente com Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Bahia, Sergipe, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo e Paraná. A retirada da vacinação para o Bloco IV está prevista para maio de 2021. Em Mato Grosso, as ações de defesa sanitária voltadas para a retirada de vacinação, são executadas pelo Indea.