Faltando pouco mais de 1 mês para o fechamento da safra 2016/2017, produtores de Mato Grosso tomaram R$ 12,128 bilhões em empréstimos. O montante representa 11,6% do total de crédito rural contratado por agricultores e pecuaristas de todo o país, que somou R$ 104,5 bilhões no período de julho de 2016 a abril de 2017. Do total de crédito concedido no Estado, R$ 11,407 bilhões foram para a agricultura empresarial e R$ 721,030 milhões a agricultura familiar.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os R$ 104,5 bilhões contratados representam 57% do total de recursos programados no Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2016/2017, de R$ 183,85 bilhões. Do total contratado em Mato Grosso, R$ 8,099 bilhões foram para a atividade agrícola e R$ 4,028 bilhões para a pecuária. O montante refere-se a empréstimos para custeio, comercialização, investimento e industrialização.
A maior fatia do valor concedido foi destinada ao custeio da atividade. No segmento agrícola, do total de R$ 8,099 bilhões, o custeio totalizou R$ 5,522 bilhões. Para a pecuária, o custeio da atividade somou R$ 2,546 bilhões de um total de R$ 4,028 bilhões. Apesar do valor menor, a pecuária representa a maioria dos contratos concedidos no período, sendo 28,705 mil de um total de 41,342 mil formalizados. O restante (12,637 mil) foi firmado com agricultores.
Wilson Vaz de Araújo, diretor do Departamento de Crédito e Estudos Econômicos da Secretaria de Política Agrícola (SPA), diz que os recursos para comercialização e custeio da safra de inverno, que está sendo plantada, serão suficientes para atender as demandas para fechar a temporada 2016/2017, dada à elevada disponibilidade e proximidade do fim do ciclo de verão.
Segundo Glauber Silveira, vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), o valor contratado em Mato Grosso está dentro da realidade estadual, que concentra grandes produtores. “O Estado tem grandes propriedades, o que torna o valor contratado menor, porque o limite é concedido por CPF”. Atualmente, o limite único de custeio por meio do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) está estabelecido em R$ 3 milhões por beneficiário, por ano agrícola.
Apesar do aumento do limite de crédito na última safra, o setor almeja alterações no próximo Plano Safra. Amado de Oliveira Filho, consultor técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), informa que entre as principais demandas do setor refere-se à taxa de juros. “Queremos a redução da taxa para 5,5% ao ano, porque a expectativa é que a taxa Selic e os juros mantenham a queda e a produção de produtos alimentícios continua em alta”. No Plano atual, as taxas variam de 9,5% a 12,75% ao ano.