Nesta segunda-feira, os preços da soja fecharam com leves altas no mercado futuro norte-americano. A commodity subiam entre 1 e 2,25 pontos na Bolsa de Chicago, levando o julho/17 a US$ 9,65 por bushel e o novembro/17, referência para a safra americana, a US$ 9,60.
Durante o pregão, os futuros da soja chegaram a testar altas mais expressivas, porém, ainda assim foram insuficientes para permitir que os preços no Brasil pegassem carona nesse bom momento, pressionados ainda pelo dólar baixo frente ao real. A moeda americana recuou pelo quinto pregão consecutivo e fechou o dia com R$ 3,1060, com uma queda de 0,58%.
“O mercado está otimista em relação à reformas. O dólar ir abaixo de 3,10 reais e ficar lá depende de Brasília”, afirmou o gerente de câmbio da corretora Fair, Mario Battistel à agência de notícias Reuters.
Com isso, as principais referências no mercado interno voltaram a cair. As baixas no interior do Brasil ficaram, nesta segunda, entre 0,76% e 2,41%. A exceção ficou por conta de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, onde o preço subiu 1,72% para R$ 59 por saca.
Já nos portos, estabilidade em Paranaguá, com R$ 68,50 no disponível e a referência março/2018 em R$ 70 por saca. No terminal de Rio Grande, os valores ficaram em, respectivamente, R$ 68 e R$ 71 por saca. Já em Imbituba, Santa Catarina, o disponível encerrou a segunda com R$ 66, caindo 1,49%.
A semana começou lenta para os negócios no mercado nacional. Para o analista de mercado Miguel Biegai, da OTCex Genebra, na Suíça o produtor brasileiro deve estar atento às próximas oportunidades, mas acredita ainda que os negócios só devem voltar a acontecer, com volumes expressivos, com as cotações de volta aos R$ 70 nos portos.
Mercado Internacional
No mercado internacional, o avanço das cotações encontrou sustentação na alta do petróleo e na baixa do dólar, embora tenha caminhado de lado durante quase todo o dia.
Entretanto, a maior atenção dos traders ainda se dá sobre o clima nos Estados Unidos. “O mercado está atento à evolução do plantio nos campos do Meio-Oeste, mas a grande oferta mundial limita ganhos mais expressivos. Depois de duas semanas com chuvas excessivas e frio intenso, os trabalhos de campo ganharam melhor ritmo nos últimos dias”, explica o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais.
A semeadura da soja foi reportada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), após o fechamento do mercado, em 32% da área até o último domingo, contra 14% da semana passada, 34% do mesmo período do ano passado e 32% de média plurianual. O total ficou acima das expectativas do mercado, as quais eram de 25% a 30%.
Além disso, o mercado recebeu ainda embarques semanais dos EUA abaixo do esperado, tal qual o esmagamento da soja em abril, com números trazidos pela NOPA (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos EUA).
O esmagamento de soja em abril, nos Estados Unidos, totalizou 3,8 milhões de toneladas, volume que ficou abaixo das expectativas do mercado, que variavam de 3,84 milhões a 4,08 milhões de toneladas. O total é menor ainda do que o total de março – de 4,17 milhões de toneladas – e do mesmo período de 2016, quando foram esmagadas 4,02 milhões.