Mato Grosso coleciona títulos na agricultura. Um deles é o de campeão na produção de milho pipoca, que este ano aumentará 266% sobre o último. Na safra atual serão colhidas 303,722 mil toneladas, ante 82,975 mil (t) em 2016. A área plantada – a maior parte dela concentrada no município de Campo Novo do Parecis – alcança 72,654 mil hectares em 2017. Supera em 51,939 mil (ha) ou 250,73% a área destinada ao cultivo do grão no ano passado, conforme o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2015 a elevada produção de milho pipoca saturou o mercado e, consequentemente, a área plantada reduziu no ano seguinte, relembra o supervisor das Pesquisas Agropecuárias do IBGE em Mato Grosso, Elton Fior. “(Na época) foi plantada metade da área desta safra”. Em 2014 houve investimentos na produção diante da expectativa de crescimento na demanda por causa da Copa do Mundo.
“Em 2015 caiu a produção e agora recuperou”. Segundo o supervisor, este ano o avanço na área de plantio é resultado do investimento na produção de milho em geral. Especificamente em relação ao pipoca produzido em Campo Novo do Parecis, a alta na oferta é influenciada pelo incentivo assegurado por 3 indústrias locais e pelos investimentos feitos por produtores independentes, comenta o técnico do IBGE, Erivelth Casasus. Produtor na região, Renato Brick, relata que em 2016 não investiu no cultivo. “Não plantei porque as indústrias não forneceram semente no ano passado”.
Já em 2017, com contrato de venda antecipado, ele planta 850 hectares e espera obter rendimento médio de 80 sacas (de 60 kg) por hectare. A área supera aquela semeada em 2015, quando o produtor cultivou 700 hectares de milho pipoca. Além do incremento na produção e boa produtividade, Brick comenta que as condições gerais do mercado estão melhores, com o produto valorizado em cerca de 22% sobre o ano anterior e cotação de R$ 43 a saca. “Plantei no fim de janeiro, após a colheita da soja. Daqui a 30 dias começo a colher”, afirma.
Além do milho pipoca, ele também planta milho de 2ª safra e girassol. Outro produtor que investe no cultivo do grão é Miguel Bazila, que nesta safra planta 650 hectares e prevê colher 100 sacas por hectare. “No ano passado não plantei nada. Mas este ano plantei e já fechei negócio, em contrato com preço garantido”, relata. Segundo ele, a venda foi firmada com a saca de girassol cotada a R$ 42. “Para mim está ótimo”. Além de milho pipoca, este ano Bazila plantou soja, milho, algodão e girassol. Também investe na atividade pecuária. “Semeei o milho pipoca no início de fevereiro e começo a colher daqui 30 dias”.
De acordo com o IBGE, no intervalo de janeiro a março, a área ocupada com milho pipoca expandiu em cerca de 10 mil hectares no Estado. Assim como as outras culturas, as lavouras de milho pipoca são favorecidas pelas condições climáticas em 2017, bem diferente do ano anterior, quando a falta de chuvas ocasionou perdas. Para todas as culturas o ano tem sido muito bom e há crescimento na produção de soja, milho, feijão e arroz, além de milho pipoca, registram os analistas do IBGE que foram a campo para o levantamento.