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Rentabilidade da ovinocultura supera pecuária em Mato Grosso, diz associação

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A criação de ovinos e caprinos é uma atividade que sai mais forte de uma crise em 2017. Em Mato Grosso, o rebanho chegou a 1 milhão de cabeças em 2010 e reduziu à metade disso atualmente, afirma o diretor da Federação da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Famato) e membro da Associação Mato-grossense dos Criadores de Ovinos (Ovinomat), Antônio Carlos Carvalho de Souza.

Contudo, os ovinocultures que persistiram angariaram condições melhores para produzir, complementa o presidente da Ovinomat, Jonas Steffanello. O momento está favorável, segundo ele, não por causa da Operação Carne Fraca, deflagrada em 17 de março pela Polícia Federal, com impactos sobre o mercado da carne bovina e de frango ao apontar irregularidades na concessão de licenças a 21 frigoríficos brasileiros. “A carne de cordeiro está descolada deste mercado. Tem um nicho de mercado específico, é uma carne nobre e consumida em pequenas quantidades”. Por isso, agrega alto valor, completa Steffanello. “Então, esse tipo de crise não afeta o consumo”.

Ao contrário, pode até estimular, avalia o presidente da Ovinomat. Se isso acontecer, surge um outro problema. “Não temos produto para atender uma demanda maior. Estamos produzindo carne muito abaixo da demanda do mercado”. Segundo ele, atualmente o Brasil – assim como Mato Grosso – importa 50% da carne de cordeiro consumida internamente. O principal fornecedor do produto é o Uruguai. “Donos de churrascaria em Mato Grosso reclamam que não tem produto. Dizem que se tivessem venderiam muito mais”.

O retorno financeiro obtido com a ovinocultura é superior ao da pecuária de corte, afirma o presidente da Ovinomat. “A dificuldade que existe não está relacionada à rentabilidade”. Segundo ele, as propriedades que mantêm a criação de ovinos e caprinos, e controle no fluxo de caixa confirmam alta rentabilidade. “Poucos produtores fazem esta conta, de quanto fatura líquido por hectare”. O criador que tiver um bom manejo e estrutura de produção – que inclui genética e sanidade do rebanho – vai ter rentabilidade maior que a bovinocultura de corte. “A atividade está muito rentável, os produtores estão satisfeitos”.

Inclusive porque os custos de produção recuaram com a pastagem abundante este ano, quando o regime de chuvas está mais equilibrado, expõe Steffanello. Além disso, os preços da soja e do milho, utilizados na nutrição animal, também reduziram em relação a 2016. “Neste período do ano ainda se usa pouca ração, mas quando chegar o momento de reforçar a suplementação o custo continuará menor”.

Após um cálculo simples, o presidente da Ovinomat sentencia que a rentabilidade dos ovinocultores em 2017 será melhor, já que o custo da ração reduziu e o preço da carne está em alta.

De acordo com o presidente da Ovinomat, a diminuição do rebanho de ovinos e caprinos foi influenciada pela dificuldade na comercialização do produto, já que algumas regiões do Estado não possuem frigoríficos para abates. Segundo ele, o problema foi debatido com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec), mas não avançou. Alguns se arriscaram na atividade com a expectativa de que novos frigoríficos fossem implantados. Há frigoríficos específicos para abate desses animais em Rondonópolis e Várzea Grande, além de abatedouros em diversos municípios. “Em Tangará da Serra, por exemplo, tem produtores de grande porte que vendem toda a produção no próprio município, inspecionada, e só pagam a taxa de abate dos animais”.

Para Steffanello, não haverá aumento do rebanho e sim a melhora da rentabilidade para quem está na atividade. “Quem está ganhando dinheiro vai continuar, mas não vai investir (na ampliação da atividade) por causa da dificuldade de comercialização”.

Atualmente o preço do quilo do carneiro vivo está na média de R$ 7,20 em Mato Grosso, com variações entre o mínimo de R$ 7 (kg) e o máximo de R$ 7,50 (kg). A cotação atual confirma valorização de 7,46% no produto ante 2016, quando o preço médio ficou situado em R$ 6,70 (kg).

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