Os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam o pregão desta terça-feira em campo negativo após algumas boas altas e as principais posições terminaram o dia recuando entre 5,75 e 6,75 pontos. Dessa forma, o contrato maio/17 – que é o mais importante indicativo para a formação dos preços no Brasil – ficou em US$ 9,54, enquanto o agosto/17 fechou o dia em US$ 9,67 e o novembro/17, que é referência para a safra americana, fechou cotado em US$ 9,61.
Enquanto isso, no Brasil, a terça-feira foi de ganhos importantes para os valores praticados no interior e nos portos do país. Em Paranaguá, o indicativo no mercado futuro – referência de junho/2017 – foi a R$ 69,00 por saca, com um ganho de 1,47%, enquanto o disponível encerrou os negóicios em R$ 68,00 e subindo 0,74%. No terminal de Rio Grande, R$ 68,50 e R$ 68,00, respectivamente.
No interior, alguns destaques foram Assis, em São Paulo, com alta de 2,11% para R$ 63,00; Tangará da Serra, em Mato Grosso, com alta de 1,92% para R$ 53,00 e Ponta Grossa, no Paraná, com um avanço de 3,23% para R$ 64,00 por saca.
“Apesar da queda externa, tivemos uma melhora no câmbio, nos prêmios portuários. E também é perceptível alguma redução no valor dos fretes. Portanto, essa combinação resultou em preços melhores no segmento interno”, explica o analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais. “Tivemos alguma melhora e algum sinal de produtores e empresas vindo a mercado para venda”.
A conjunção de fatores, porém, ainda é insuficiente para promover uma recuperação do ritmo dos negócios, neste que é um momento de intenso fluxo de negócios no Brasil. O que se observa neste início de semana, porém, é apenas uma ligeira melhora no caminhar das negociações em relação às semanas anteriores.
Os produtores americanos plantaram, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportaram e os preços já começam a refletir a nova safra dos EUA. Segundo o reporte semanal de acompanhamento de safras trazido no fim desta segunda (23), o país já tem 6% da área plantada. O índice ficou acima do mesmo período do ano passado e da média dos últimos cinco anos, ambos em 3% para esta época do ano.
“O mercado de grãos sente a pressão da corrida dos produtores americanos para plantar sua safra antes das chuvas previstas”, explica o analista de mercado da Allendale, Paul Georgy.
E para Camilo Motter, analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais, “daqui em diante, o clima se torna ainda mais relevante”. No entanto, o economista reafirma que a demanda pelo produto norte-americano segue bastante firme, ao passo que o dólar vem trabalhando (no exterior) em seu menor nível em cinco meses frente a uma cesta de moedas. Isso, “embora, daqui para frente, a demanda se volte, decididamente, para a América do Sul”, diz.