A semana já começa com novos números que devem impactar na formação dos preços da soja e à espera destes dados, o mercado em Chicago fechou o dia praticamente inalterado. O contrato maio/17, que é o mais negociado e principal referência para a safra do Brasil, ficou em US$ 9,41, perdendo 0,25 ponto.
Ao mesmo tempo, o dólar cedeu um pouco mais nesta segunda-feira (10) e fechou na casa dos R$ 3,14, ainda sem força suficiente para promover uma retomada dos preços no Brasil, confirmando o que vem sinalizando os analistas e consultores de mercado. Apesar disso, algumas praças de comercialização encontraram espaço para exibir pequenos ganhos neste início de semana.
Em Ubirtatã/PR, a saca subiu 1,82% para R$ 56, enquanto o ganho em Cascavel e Ponta Grossa, também no Paraná, subiram 0,905 para os mesmo R$ 56. Em Sorriso/MT, ganho de 2,04% para R$ 50 e em São Gabriel do Oeste/MS, a saca foi a R$ 51, com uma leve alta de 0,39%.
Nos portos, os ganhos não foram generalizados. Os preços subiram no futuro de Rio Grande – referência junho/17 – para R$ 67 por saca, e no disponível em Santos/SP e São Francisco do Sul/SC para, respectivamente, R$ 65,70 e R$ 66,40 por saca. Já em Paranagupa, queda de 0,78% no disponível para R$ 64 e estabilidade no futuro em R$ 65.
Com algo entre 40% e 45% da safra 2016/17 para ainda ser negociada, os produtores brasileiros não deverão evoluir muito com seus negócios nesta semana, que é mais curta – tanto para o mercado interno, quanto internacional – dado o feriado da Sexta-Feira Santa, neste 14 de abril.
E para o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa, os R$ 65 por saca nos portos de hoje não são, de fato, um bom preço neste momento, mas pode ser mais adiante. “Para quem perdeu seu timing, tem que ter paciência agora. O produtor vai ter que fazer os cálculos e analisar com carinho se vale a pena pagar custos e carregar essa soja com preços caindo”, diz. “Mas, não acredito que veremos preços da soja nos portos, por exemplo, abaixo dos R$ 63 por muito tempo”, completa.
Dessa forma, as chances que o mercado poderia trazer com o maio/17 acima dos US$ 9,50 seriam interessantes para o produtor brasileiro neste atual momento do mercado, ainda segundo Sousa. Já via dólas, os preços poderiam encontrar espaço caso a moeda americana esbarre em problemas ou incertezas causadas pela cena política local.
Bolsa de Chicago
A pouca movimentação das cotações no pregão desta segunda refletiram, como explicaram analistas e consultores, um ajuste do mercado para esperar dois novos importantes boletins que chegam nesta terça-feira (11), sendo um deles a projeção de safra do Brasil da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e o outro, o mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Para o economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, “tudo indica que os preços encontraram um piso para este momento, depois de perdas de mais de U$ 1,00 por bushel ao longo das últimas semanas”.
“O relatório de oferta e demanda, pelo menos na visão de consultores, deverá trazer novos aumentos nos quesitos produção e estoques finais – o que ajudará a manter os preços ainda sob pressão. Surpresas sempre podem vir, mas, tudo indica, este não é momento para que elas ocorram”, ainda segundo Motter.
USDA – Embarques Semanais – Ainda nesta segunda, o que ajudou a limitar as perdas na CBOT foram os bons números que chegam do lado da ainda consistente demanda. De acordo com o reporte semanal do USDA de embarques de grãos, na última semana, o total embarcado de soja pelos EUA foi de 832,957 mil toneladas de soja, contra 627,511 mil da semana anterior, e enquanto os traders esperavam algo entre 440 mil e 630 mil toneladas.
Assim, o total embarcado em toda a temporada comercial 2016/17 já chega a 47.773,675 milhões de toneladas, contra 42.175,923 milhões do mesmo período da anterior. E com esse total, os embarques norte-americanos já são de 86,7% do total estimado para ser embarcado em todo o ano comercial – 55,11 milhões de toneladas – que se encerra em agosto.