Os preços dos fretes para transporte da soja voltaram a subir na última semana, na maioria das praças pesquisadas no Estado. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o maior aumento foi para transportar a oleaginosa de Rondonópolis para o porto de Paranaguá (PR). O instituto estima que o valor pago pelos produtores para o trajeto é de R$ 180 por tonelada, o que representa um reajuste de 5,88% nos últimos sete dias, mas uma queda de 2,70% no último mês.
O preço do frete para levar a soja de Sorriso até Rondonópolis também foi reajustado em 5%, chegando ao patamar de R$ 105 por tonelada (queda mensal de 11%). De Sorriso até Paranaguá, o preço do frete chegou a R$ 260, com aumento de 1,96% na semana e queda de 8,77% no mês. O frete de Sapezal para Porto Velho (RO), por outro lado, teve queda semanal de 6,67%, mas aumento mensal de 1,45%, chegando ao patamar de R$ 140/tonelada. De Canarana para Santos (SP) houve queda semanal de 1,20% e mensal de 5%, com o preço da tonelada chegando a R$ 247.
Conforme avaliação do representante do Movimento dos Transportadores de Grãos (MTG) em Mato Grosso, Gilson Baitaca, a cotação atual da soja vem prejudicando o setor de transportes no Estado. Segundo ele, os produtores estão retendo o grão em virtude dos baixos valores pagos, o que acaba derrubando o preço do frete em Mato Grosso.
Os caminhoneiros devem fazer uma grande mobilização nacional (ainda sem data definida) para pressionar pela criação de uma política de preços mínimos para o setor de transporte de cargas. Em dezembro do ano passado, foi aprovado na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados o projeto (PL 528/15) que disciplina o assunto. A proposta passará pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, se aprovada, seguirá direto para o Senado. A última tramitação do projeto, no entanto, ocorreu ainda no dia 16 de dezembro, quando foi aberto prazo para emendas na Comissão de Justiça.
O projeto determina que, nos meses de janeiro e julho, o Ministério dos Transportes regulamente os valores mínimos referentes ao quilômetro rodado na realização de fretes por eixo carregado. Até que isso ocorra, o texto prevê como mínimo R$ 0,90 por quilômetro rodado para cada eixo carregado, no caso de cargas refrigeradas ou perigosas; e de R$ 0,70, nos demais tipos de cargas. Para fretes considerados curtos (em distâncias inferiores a 800 quilômetros), esses valores são acrescidos em 15%.