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Soja: com R$ 64 nos portos do Brasil, novos negócios ficam mais raros

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Nesta terça-feira, os preços da soja fecharam com estabilidade no mercado futuro norte-americano. Pela segunda sessão consecutiva, o dia foi marcado por tímidas variações entre as posições mais negociadas, as quais perderam entre 0,50 e 0,75 ponto. Com isso, o maio/17 terminou com US$ 9,37 e o setembro, US$ 9,50 por bushel.

“Temos uma série de notícias negativas pesando sobre o mercado neste momento”, diz Don Roose, analista internacional da U.S. Commodities. Entre elas, seguem as elevadas projeções para a nova safra da América do Sul – com a INTL FCStone, por exemplo, estimando a colheita brasileira em mais de 111 milhões de toneladas, ou a Céleres, com 113,8 milhões – e mais a projeção de uma maior área de plantio nos EUA em cerca de 7% se comparada à temporada anterior.

Os preços sentiram, novamente, uma pressão do conjunto dólar e Chicago em baixa nesta terça-feira. A moeda norte-americana voltou a operar abaixo dos R$ 3,10 e, dessa forma, somente no interior do Brasil as perdas ficaram entre 0,85% – como Panambi/RS, com R$ 56,04 por saca – e 4,45%, como foi o caso do Oeste da Bahia, ondeo último preço foi de R$ 53,67.

Nos portos, a reação dos indicativos não foi comum. No terminal de Paranaguá, estabilidade nos R$ 64,00 no disponível e de R$ 64,50 para maio; já em Rio Grande, queda de, respectivamente, 1,23% e 0,60%, para R$ 64,00 e R$ 65,80 por saca. Em Santos, o último preço ficou nos R$ 65,00, registrando uma queda de 0,15%, enquanto em Imbituba/SC, a saca recuou 5,55% para R$ 63,00.

Novos negócios, portanto, se mostram cada vez mais raros, com os produtores ainda retraídos de preços cada vez menores.

Bolsa de Chicago

Os traders parecem terminar de absorver as informações de conclusão da safra da América do Sul, na medida em que vão especulando sobre a nova dos Estados Unidos, principalmente na questão climática e essas informações deverão ocupar cada vez mais espaço entre as negociações.

Os trabalhos de campo ainda não foram, efetivamente, iniciados no caso da soja nos EUA. Para o milho, apenas os estados mais ao Sul do país já deram o start no plantio e, embora se especule sobre um atraso, para os analistas de mercado da Labhoro Corretora, estas ainda são informações prematuras.

“No geral, os estados que já iniciaram o plantio, sendo a maioria no Sul do Cinturão de Produção, reportam uma atividade superior à registrada em 2016, em período similar”, dizem. “Após as chuvas previstas nos estados, entre 45 e 75 mm nos próximos 10 dias, e com toda a tecnologia existente, o produtor americano tende a plantar muito mais rapidamente o mi lho e a soja”, completam.

Assim, ainda segundo os executivos da Labhoro, a movimentação dos fundos também deverão ser acompanhadas de perto, uma vez que, em boa parte, deverá ser direcionada por essa especulação. Por enquanto, apenas o estado do Arkansas já deu início à semeadura 2017/18 e tem apenas 4% já concluída. Em 2016, nesse mesmo período, os trabalhos ainda não tinham sido iniciados.

Segundo o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora, o cenário atual permanece ainda favorável para novas baixas. “Havia uma sustentação no patamar dos US$ 9,60 que foi rompida, as vendas aumentaram na Bolsa de Chicago, também pela saída dos fundos, que estavam comprados”, explica. “Não só os fundamentos, mas também o lado das moedas (pressiona os preços)”, completa.

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