|2009|
Com o objetivo de acompanhar, discutir e propor medidas quanto à efetivação da Hidrovia Paraguai-Paraná, o deputado Leonardo (PSD) instala nesta quinta-feira (23), a Câmara Setorial Temática. Segundo a assessoria da Assembleia Legislativa, está confirmada a presença do governador de Mato Grosso, Pedro Taques, e autoridades de Estado, bem como representantes do governo da Bolívia. A instalação segue com programação até o dia 24, com diversas palestras sobre o tema, que serão ministradas pelos especialistas no assunto.
Avaliação da Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental, com o coordenador-geral do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI), Eduardo Ratton. Aspectos jurídicos, com o coordenador jurídico do ITTI, Ruy Zibetti. Aspectos Econômicos, com a engenheira civil, Flávia Waydzik. Hidrodinâmica e Levantamentos de Campo, com a engenheira ambiental e mestre em engenharia de recursos hídricos e ambiental, Dra. Renata Correia. Paraguai – Navegando… Navegando, com o engenheiro do Instituto Histórico e Geográfico de Cáceres, Adilson Reis e, Cáceres no Contexto Regional e do Desenvolvimento, com o professor doutor da Unemat Evaldo Ferreira; serão alguns dos temas a serem abordados.
Segundo o deputado Leonardo, dois grandes fatores embasam a necessidade desta Câmara. Primeiro, a explosão da produção agrícola do estado, estimada em 40 milhões de toneladas de grãos. Segundo, a demanda mundial por alimentos, aliado à grande demanda de produção agrícola reprimida em Mato Grosso, que tem vocação para o transporte hidroviário.
De acordo com o ITTI, a hidrovia do rio Paraguai é uma das que oferecem as melhores condições de navegação no país. Sai de Cáceres, em Mato Grosso, até Nova Palmira, no Uruguai. São 3.442 quilômetros que servem Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai, dos quais 1.270 km ficam em território brasileiro.
Com o funcionamento da hidrovia, haveria uma redução no custo do frete em até 30% na região oeste, sul e sudeste do estado, de acordo com estudos do Movimento Pró-Logística. No porto de Cáceres existem duas Estações de Transbordo de Carga (ETC) – os antigos terminais portuários. Uma do governo federal, cuja concessão está vencida, e outra do grupo Docas de Mato Grosso. Ambas estão desativadas há pelo menos seis anos. Há ainda, na extensão do rio, outras três Estações de Transbordos planejadas, localizadas em Santo Antônio das Lendas, Barranco Vermelho e Paratudal.
Segundo dados do Ministério dos Transportes, um número potencial de commodities adicionais poderia ser transportado pelo Rio Paraguai, sendo as commodities mais promissoras: soja, farelo de soja e milho. A região de Cáceres, por exemplo, tem uma área de atendimento que cobre um raio de 500 km, correspondendo atualmente à produção de aproximadamente 12 milhões de toneladas de grãos.
Dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), somente Mato Grosso tem uma movimentação atual de grãos da ordem 27,5 milhões de toneladas (equivalente a 14,9% da produção) e um potencial para 40,3 milhões de toneladas (cerca de 60% da produção).
“Por isso a necessidade da criação desta Câmara que fará o estudo e o debate, a fim de apresentar medidas para a efetivação dos portos da região oeste, bem como a devida concretização da Hidrovia Paraguai-Paraná”, destacou o deputado Leonardo.
Fonte: Só Notícias/Agronotícias (foto: divulgação/arquivo)