O mercado internacional da soja fechou o pregão desta terça-feira com perdas de dois dígitos e, combinado à baixa do dólar frente ao real, levou os preços da oleaginosa no Brasil a acumularem novas baixas, dessa vez na casa de R$ 1,00 por saca na maior parte das praças de comercialização do país, enquanto baixas foram observadas também nos portos.
Os futuros da commodity perderam, entre as posições mais negociadas, de 10,75 a 12 pontos, com o maio/17 valendo US$ 10,25 por bushel, além do agosto/17, que foi a US$ 10,35. Dessa forma, a oleaginosa foi às suas mínimas em uma semana.
Já o dólar frente à divisa brasileira perdeu 0,22% para fechar o dia valendo R$ 3,1123. “O mercado (de câmbio) ainda trabalha com expectativa de ingresso de recursos (no Brasil)”, afirmou o operador da mesa de câmbio do banco Ourinvest, Bruno Foresti à agência de notícias Reuters.
Os negócios, dessa forma, seguem praticamente parados, e acontecendo apenas de forma pontual. Nem mesmo os prêmios, que seguem elevados nos portos nacionais, são suficientes para elevar as cotações praticadas no mercado doméstico a patamares atrativos para os produtores rurais.
Para encerrar a terça-feira, no terminal de Rio Grande, as cotações ficaram em R$ 72,00 por saca e baixa de 1,50% no mercado disponível, equanto perdeu 1,37% no porto de Paranaguá, para ficar nos mesmos R$ 72,00. Já no futuro, referências para junho e março, respectivamente, as últimas referências forma de R$ 74,00 e R$ 72,00 por saca.
Mercado Internacional
As baixas acentuadas em Chicago, segundo explica o analista de mercado Mario Mariano, da Novo Rumo Corretora são reflexo da falta de notícias altistas, ao menos nesse momento, e mais o peso da grande oferta nesta temporada 2017/18. A safra se conclui na América do Sul e os traders já trabalham com as perspectivas de uma produção ainda maior no Brasil.
A consultoria INTL FCStone, por exemplo, aumentou sua projeção para a safra em quase 5 milhões de toneladas, elevando-a a mais de 109 milhões a serem colhidas.
“O clima foi próximo à perfeição em grande parte da área plantada. Mesmo nas áreas que tiveram menor nível de precipitações acumulada, as chuvas tiveram boa distribuição e asseguraram a umidade para o desenvolvimento”, destacou a analista de mercado da consultoria, Ana Luiza Lodi em um boletim da empresa reportado nesta terça.
Na quinta-feira, 9 de março, chegam os novos reporte da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os quais podem trazer também revisões em suas projeções para a nova safra brasileira. E, caso se confirmem, o mercado, ainda como explicam analistas e consultores, podem levar os preços na CBOT a testar novas perdas.
Fonte: Notícias Agrícolas