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A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) se posicionou de forma contrária à ideia de destinar parte dos recursos arrecadados com o Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) para custear os gastos com a Saúde do Estado e dos municípios. A entidade destaca que os produtores já contribuem com o Poder Público, seja com o pagamento dos impostos, taxas e contribuições, seja por meio da geração de emprego e renda, que tornam Mato Grosso um dos líderes mundiais do agronegócio.
O diretor executivo da entidade, Luciano Vaccari, destaca que a informação pegou todos os produtores de surpresa. “Não aceitamos, em hipótese nenhuma, discutir isso. Os produtores, apesar de não serem unânimes, concordaram em dar uma contribuição maior ao Estado, com o Fethab 2, ajudando o Poder Público a desenvolver suas ações. Mas este recurso é carimbado”. Atualmente, cada produtor paga R$ 40 por animal abatido, entre taxas, impostos e contribuições.
Entre os meses de janeiro a novembro de 2016, a pecuária, que contribui pelo abate e transporte para outros Estados, repassou R$ 92,7 milhões para o Fethab. Já nos 12 meses de 2015, o total arrecadado foi de R$ 61,25 milhões.
A possibilidade de uso de parte da verba arrecadada com o Fethab foi revelada pelo deputado estadual e líder do governo na Assembleia Legislativa, Dilmar Dal Bosco (DEM). Segundo o democrata, a ideia, defendida por um grupo de parlamentares, visa sanar de forma emergencial os repasses para a Saúde e o fundo seria ressarcido quando as condições financeiras de Mato Grosso se normalizarem.
A ideia de Dal Bosco foi rejeitada pelo presidente do Legislativo, deputado Eduardo Botelho (PSB), que afirmou que a medida “descobriria um santo para cobrir outro”, uma vez que a infraestrutura do Estado, importante tanto do ponto de vista social quanto econômico, também necessita de investimentos.
Fizeram coro ao pronunciamento de Botelho diversas lideranças do agronegócio, como o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Endrigo Dalcin. “Nós não conseguimos avançar muito nestes últimos anos na infraestrutura. Ainda vemos fotos de estradas totalmente degradadas, produtores com problemas de retirada de safra e acesso a cidades pela falta de infraestrutura, coisas que motivaram os produtores a toparem contribuir mais para o Fethab”.
Fonte: A Gazeta