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Para resguardar a produção agropecuária mato-grossense foram contratadas 1,934 mil apólices de seguro em 2016, no total de R$ 1,035 bilhão. A área segurada é de 621,133 mil hectares. Os valores foram divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) por meio do relatório anual do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PRS). No último ano, a área resguardada por seguro rural no Estado foi equivalente a 4,43% da área produtora de grãos e fibras. Na safra 2015/2016, foram cultivados 14 milhões (ha) com soja, milho, algodão, arroz, feijão e girassol do território estadual, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Mapa.
Os produtores mato-grossenses pagaram R$ 30 milhões do prêmio total de R$ 51,130 milhões contabilizados em 2016. O restante (R$ 21,128 milhões) foi subvencionado pelo governo federal. Esse auxílio é garantido pelo governo devido à necessidade de manter a segurança alimentar do país, observa o especialista em Seguro Rural, Edson Trombini. Para ele, os produtores estaduais ainda recorrem pouco ao seguro rural por plantarem numa região que não apresenta alto risco climático. “Apesar disso, já presenciamos 2 anos seguidos de um comportamento atípico do clima. No ano passado foi a seca e este ano são as chuvas excessivas em diversas regiões”.
Em Campo Novo do Parecis, por exemplo, onde a família da produtora e presidente do Sindicato Rural do município, Giovana Velke, cultiva 650 hectares de soja e milho, as plantações ficaram submersas em algumas propriedades, há 10 dias. Segundo ela, é a 1ª vez em 37 anos que presenciou a situação. “Parte da área foi segurada, mas não consigo acessar porque não houve perda total. Então, os produtores quase não contratam seguro por isso, as perdas são esporádicas”.
Ainda assim, ela defende mudanças nas regras do seguro, para atender as peculiaridades de cada região.
Em 2016, os produtores rurais brasileiros contrataram 76,346 mil apólices de seguro para cobrir 5,6 milhões (ha), numa importância segurada de R$ 13,263 bilhões. Conforme o diretor de Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, Vitor Ozaki, foram disponibilizados mais recursos para o PRS no último ano, fator que somado à alteração de percentuais de subvenção do Plano Trienal do Seguro Rural de 2016 a 2018 refletiu na recuperação dos indicadores de desempenho deste tipo de seguro.
Em relação ao PRS, Ozaki destaca a criação do Atlas do Seguro Rural – plataforma de consulta pública dos números executados -, as comissões consultivas formada por agentes privados e dos entes federativos e o Grupo de Trabalho do Seguro Rural, que tem por objetivo aprimorar o seguro e a revisão do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) incluindo períodos de semeadura de acordo com níveis de risco.
Fonte: A Gazeta (foto: Só Notícias/arquivo)