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A produtividade média da soja em Mato Grosso é a mesma há, aproximadamente, 15 anos. De acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), desde a safra 2000/01, são 51,5 sacas por hectare. Atentas a esse cenário, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e a Fundação MT inauguraram no dia 17 de fevereiro o Centro de Aprendizagem e Difusão (CAD), em Campo Novo do Parecis, na Região Oeste.
A escolha do município não foi por acaso. O foco das pesquisas a serem realizadas é na produção de soja e milho em solos arenosos, uma característica presente nos 88 hectares arrendados, sendo 65 de área útil para realização dos estudos.
“Sabemos que os problemas na produção estão se agravando e nós estamos avançando em áreas mais arenosas, que são mais sensíveis à produção. Já em 2015, durante o Circuito Aprosoja, debatemos sobre manejo do sistema produtivo. A parceria com a Fundação MT e a concretização do CAD vem justamente ao encontro de demandas dos produtores. Precisamos avançar na produtividade, e, sem fazer o manejo correto do sistema produtivo, não vamos superar este desafio. O produtor está se aproximando cada vez mais do nível de instabilidade, colocando em risco a safra seguinte. Por isso mesmo novas tecnologias precisam vir para garantir a produção, contribuindo com o país”, afirma o presidente da Aprosoja, Endrigo Dalcin.
Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), são 9,4 milhões de hectares em Mato Grosso voltados para a produção de soja atualmente e, de acordo com a Fundação MT, destes, entre 1,5 milhão e 2 milhões de hectares correspondem a solos frágeis (franco arenosa de menos de 20% de argila e textura arenosa menor de 15% de argila), o que seria cerca de 15% de toda a área de produção. No caso do CAD, o local possui gradiente textural variando de 34% a 8% de argila.
Para a Fundação MT, a parceria é fundamental para dar continuidade à pesquisa. “A Fundação está desde 1993 em Mato Grosso e surgiu da parceria de pesquisadores com agricultores da região. Há uns três anos, fomos atrás da Aprosoja para nos unirmos e ampliarmos nossa força de trabalho, com foco na ampliação da pesquisa e também de chegarmos a outras regiões do Estado”, afirma Francisco Sores Neto, diretor presidente da Fundação MT.
Doutora em Fitopatologia e segunda vice-presidente da região Norte pela Aprosoja, Roseli Giachini afirma que a pesquisa traz não apenas a possibilidade de adequar o manejo ao tipo de solo, mas também reflete na produtividade e estabilidade do sistema.
“Muitos desses experimentos e tecnologias que estamos gerando no CAD vão contribuir para o manejo do sistema dessas áreas que apresentam desafios produtivos maiores, ou seja, pelo manejo da matéria orgânica, manejo de adubação, cultivares e manejo de defensivos dentro das técnicas produtivas disponíveis. O produtor poderá ter respostas no CAD para utilizar nas nossas propriedades. Isso reflete também em sustentabilidade, porque obtém-se uma maior produtividade, gerando segurança para continuidade da atividade”, explica.
Para a inauguração do CAD, a Aprosoja e a Fundação MT promoveram um dia de campo no local. Participaram 254 produtores rurais associados à Aprosoja de Campo Novo do Parecis e região. Organizado pela Fundação, o local foi dividido em cinco estações: nematologia, entomologia, doenças, programa Soja Livre e em especial os experimentos de manejo do solo e de adubação. Em cada uma delas, o pesquisador responsável falou sobre o tema e abriu para questionamentos dos participantes.
O objetivo é que a pesquisa na área seja realizada durante todo o ano. Os resultados colhidos serão apresentados posteriormente aos associados da Aprosoja.
Fonte: Só Notícias/Agronotícias (foto: assessoria/Aprosoja)