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No G-20, Maggi defende tecnologias para redução de consumo hídrico

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O ministro Blairo Maggi conclamou lideranças na reunião de ministros da Agricultura do G-20, em Berlim, a investirem cada vez mais na difusão de tecnologias e em pesquisas para reduzir o consumo hídrico. Ressaltou que a segurança hídrica depende também da eliminação de barreiras ao comércio internacional. “Essas barreiras, não raramente, estimulam o uso ineficiente da água, sobrecarregando sistemas que poderiam ser poupados, caso a matéria-prima fosse produzida em regiões em que a água é mais abundante”, ponderou.

A necessidade crescente de produzir alimentos foi outro destaque do discurso, feito nesse domingo. “Em 30 anos, serão mais 10 bilhões de pessoas no mundo num contexto de adaptação à mudança climática. O desafio é grande, mas também é enorme a nossa vontade de superá-lo.” Falou ainda da importância de utilizar as vantagens comparativas de cada região do planeta, “abrindo o comércio para que os recursos naturais sejam melhor aproveitados em todos os lugares, sem desperdício.”

A experiência brasileira após a implementação do Código Florestal foi compartilhada pelo ministro. Maggi chamou a atenção para o retorno que a natureza proporciona ao ser preservada: “Vimos que, ao proteger as nascentes e as margens dos rios com vegetação nativa, o agricultor aumenta a produtividade”.

Maggi lembrou aos demais ministros do G-20 que “os fazendeiros são obrigados, no Brasil, a preservar de 20% a 80% de suas propriedades com vegetação nativa, assim como as margens de rios e de nascentes”. São iniciativas, acrescentou, que “melhoram a quantidade e a qualidade da água, evitando o assoreamento de rios e de reservatórios”.

“Não podemos também esquecer do solo, que é armazenador de água”, observou, defendendo “expandir sistemas de bom uso do solo, como o plantio direto na palha, sem arar a terra”. Convidou os ministros a participarem no próximo ano, em Brasília, do 8º Fórum Mundial da Água.

E comentou o compromisso brasileiro para implementar o Acordo do Clima de Paris, de restaurar 12 milhões de hectares de florestas, recuperar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas e implementar 5 milhões de sistemas agrícolas que integram lavoura, pecuária e florestas. “Convidamos a todos os países, aqui presentes, a se juntarem nesse esforço para o futuro sustentável da agricultura mundial”, sublinhou.

Tecnologia da informação e comunicação no campo foi um dos temas que dominou boa parte dos debates da reunião de ministros da Agricultura que integram o G-20. A conexão dos pequenos agricultores, o compartilhamento de dados, inclusive para a formação de preços, teve espaço nas discussões. Foram valorizadas também as políticas de bem-estar no campo, assim como todas as questões de segurança alimentar e de proteção à água e ao meio ambiente.

Encontros bilaterais

Maggi se reuniu com delegações do Reino Unido e da Rússia durante o domingo. Para a ministra do Meio Ambiente, Alimentação e Agricultura, Andrea Leadsom, relatou iniciativas como a da produção integrada e o uso de apenas 8% do território para a produção agrícola no Brasil. Destacou ainda que está na hora de haver reconhecimento dos esforços brasileiros na área ambiental associada à produção agrícola.

Chegou a dizer que há retórica em torno do assunto por parte de muitos países, mas que os produtores brasileiros têm o que mostrar. “Gostaria muito que a senhora conhecesse o que temos feito”, disse à ministra. E que seria importante criar um fundo de aval, principalmente para atender aos pequenos agricultores.

“Nós não vamos contra a ciência e o uso indiscriminado de antibióticos”, disse o ministro, observando ter apoiado a posição de Andrea Leadsom em relação à resistência antimicrobiana nos debates. Com base em recomendações de organismos internacionais de referência, o Mapa restringiu a autorização de diversos antimicrobianos usados como aditivos, considerando o impacto na saúde humana.

Fonte: Só Notícias/Agronotícias

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