PUBLICIDADE

Estudo analisa impactos econômicos do turismo em unidades de conservação

PUBLICIDADE

O uso público é um serviço ambiental e cultural oferecido pelas unidades de conservação que, além de movimentar a economia, deve ser encarado como um aliado da natureza – afinal, quanto mais as pessoas têm acesso e conhecem as UCs, mais elas advogarão a favor do meio ambiente. Essa é uma das conclusões da recém-publicada tese de doutorado em Ecologia de Thiago Beraldo, analista ambiental do ICMBio.

Resultado de um abrangente projeto de pesquisa realizado na Universidade da Flórida (EUA), a tese tem como título “Avaliação da oferta, demanda e impactos econômicos do turismo em unidades de conservação federais do Brasil”. O trabalho já foi apresentado em importantes eventos internacionais, como o Congresso Mundial da Conservação, realizado em setembro de 2016 no Havaí, e a 13ª Conferência das Partes sobre Diversidade Biológica (COP 13), que aconteceu no último mês de dezembro em Cancun, no México.

“Eu procurei analisar a oferta e demanda de todo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Meu objetivo era entender a dinâmica do uso público nas áreas protegidas e os impactos econômicos da visitação, isto é, quanto o gasto do visitante gera para a economia local”, destaca o pesquisador. Os resultados numéricos do estudo surpreendem: o turismo em UCs movimenta aproximadamente R$ 4 bilhões por ano, gera 43 mil empregos e agrega R$ 1,5 bilhão ao Produto Interno Bruto (PIB).

Atrativos turísticos

Parque Nacional Lencois Maranhenses (Foto: João Freire)O trabalho de doutorado de Thiago Beraldo identificou 36 classes de atrativos turísticos nas nossas áreas protegidas, entre naturais (praias, montanhas, florestas e até mesmo neve, no Parque Nacional de São Joaquim) e culturais (parques arqueológicos, patrimônios arquitetônicos, comunidades tradicionais, etc). “Outro dado interessante é que o Brasil já conta com mais de 1.600 km de trilhas disponíveis para uso público”, ressalta Beraldo.

Além das tradicionais trilhas, outras 57 atividades menos convencionais estão em curso e podem ser exploradas pelos visitantes. Interação com golfinhos, arvorismo, observação de fauna, camping, rapel, visitas a comunidades, passeios a cavalo e canoagem são alguns exemplos do que já vem sendo oferecido aos turistas.

Potencial brasileiro

Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (Foto: Acervo ICMBio)O pesquisador explica que sua análise da visitação em UCs teve como base dois eixos principais: o interno (potenciais como belezas cênicas, atividades e serviços oferecidos na unidade) e o externo (avalia o local em que a UC está situada). “De modo geral, as pessoas buscam um destino turístico que inclui diversos atrativos – entre eles a unidade de conservação. As UCs que atraem o turista apenas por elas mesmas, a exemplo do Parque Nacional do Monte Roraima, são exceções à regra”, afirma.

Nesse sentido, Beraldo aponta para o fato de que o Brasil possui diversas áreas protegidas ainda não tão valorizadas, mas com grande potencial de atração de visitantes justamente pelos locais onde se encontram. A Floresta Nacional de Brasília (DF), a Floresta Nacional de Canela (RS) e o Parque Nacional da Serra do Itajaí, em Blumenau (SC), podem ser citados como exemplos desse potencial a ser explorado.

Parque Nacional de Anavilhanas (Foto: Leonardo Milano)Outro aspecto analisado no trabalho é o tempo de duração das visitas. Segundo o pesquisador, ainda estamos muito limitados aos passeios de apenas um dia. “Basta comparar com os Estados Unidos, onde boa parte dos visitantes dorme e passa pelo menos dois dias na unidade. Para seguirmos essa tendência, precisamos ampliar a oferta de campings nas nossas UCs”, argumenta.

Ao longo dos quatro anos de construção da sua tese, Beraldo constatou que o uso público é, na verdade, mais simples do que se pensa. “Os visitantes de unidades de conservação querem somente ter o direito de realizar algumas atividades em contato direto com a natureza”, conclui.

Fonte: Só Notícias/Agronotícias

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Exportações da soja de Mato Grosso tem forte queda em novembro

As exportações brasileiras de soja em novembro totalizaram 2,55...

Venda da safra de milho chega a 89% e preço médio aumenta

As vendas da safra 2023/24 de milho em Mato...

Venda da safra da soja em Mato Grosso chega a 99%

A comercialização da soja para a safra 2023/24 em...

Cotação do boi gordo em Mato Grosso cai 4,3%, diz IMEA

A demanda local pelo boi gordo ficou retraída, semana...
PUBLICIDADE