De acordo com o relatório do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo), atualmente, Mato Grosso possui 29 plantas frigoríficas cadastradas no Serviço de Inspeção Federal (SIF) e uma no Serviço de Inspeção Sanitária Estadual (SISE). Do número total de plantas, a capacidade instalada de abate se aproxima de 30 mil cabeças abatidas por dia.
Após um ano da entrega do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Frigoríficos, o deputado estadual Ondanir Bortolini (PSD), Nininho, destaca os avanços do segmento e as dificuldades superadas.
“A CPI dos Frigoríficos foi totalmente propositiva. O relatório final indicou a necessidade da recontagem do rebanho mato-grossense; os responsáveis pelas plantas frigoríficas desativadas tiveram a oportunidade de prestar esclarecimentos; e ainda, sugerimos a reabertura de indústrias frigoríficas. Este ano os produtores enfrentaram algumas dificuldades como a variação de preços da arroba entre R$ 140 a R$ 115, as políticas para recuperação do mercado, mas a união do segmento retomou a confiança, e os investimentos avançaram”, ressaltou Nininho.
De acordo com o deputado Nininho, o comprometimento dos membros José Domingos Fraga (PSD), relator; Pedro Satélite (PSD); Wagner Ramos (PSD); e Eduardo Botelho (PSB); e os membros suplentes: Oscar Bezerra (PSB), Zeca Viana (PDT), Baiano Filho (PSDB), Wancley Carvalho (PV) e Wilson Santos (PSDB), que na época já estava licenciado, foi fundamental para a conclusão do relatório. Para o deputado, os levantamentos produzidos pela comissão foram contundentes, tanto que cinco estabelecimentos retomaram as atividades no estado.
“Quero destacar a atuação de todos os membros na CPI, especialmente o meu colega deputado José Domingos, que é um estudioso. Cada membro desenvolveu um papel importante nos levantamentos de dados para elaboração do relatório. E posso afirmar que a preocupação de todos sempre foi atender o segmento e colaborar com a retomada do mercado de trabalho com os inúmeros colaboradores que foram afetados com o fechamento das plantas frigoríficos, acredito que atingimos o nosso objetivo”, ratificou Nininho.
“Os estudos demonstraram a viabilidade, e a conclusão do relatório sugeriu a reabertura de plantas frigoríficas que estavam fechadas nas regiões que curiosamente tinham quantidade de animais suficiente para atender as demandas, como ocorreu em Pontes e Lacerda, Várzea Grande, Nova Xavantina, Mirasso D’Oeste, Vila Rica e Juruena”, explicou o parlamentar.
O diretor-executivo da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, ressalta que os produtores de carne enfrentaram dificuldades delicadas em decorrência da ‘Operação da Carne Fraca’ e outros problemas, mas foram superados graças a medidas que puderam atender o segmento a tempo.
“Aqui no estado, a situação só não foi mais grave porque algumas medidas foram adotadas, como a redução temporária da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a adesão ao sistema unificado de fiscalização e a reabertura de plantas frigoríficas. A concorrência é condição indispensável para um mercado rentável e com oportunidades para todos os elos da cadeia produtiva. As plantas que retomaram as atividades fortalecerão a indústria regional direcionando para um mercado mais diversificado”, explicou Vacari.
Nininho ainda recorda que o relatório final da CPI esclareceu que nas atuais plantas frigoríficas, seriam necessárias cerca de 7 milhões cabeças/ano para atender 100% da capacidade. “Temos que reconhecer o esforço do setor frigorífico e dos pecuaristas, graças à vontade de produzir e fomentar um importante papel político-social, gerando emprego e renda. Outro ponto importante é que a busca de novos mercados externos deve ser constante porque nossa carne possui qualidade suficiente comprovada por importantes países importadores, a exemplo dos Estados Unidos, Hong Kong, China, Arábia Saudita, Rússia e outros”, ratificou.
Segundo o Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo-MT), a planta frigorífica Marfrig instalada em Pontes e Lacerda, tem previsão de reabertura para janeiro de 2018, e duas novas plantas já estão em processo para retomada das atividades nos municípios de Juruena e Nova Monte Verde, até o momento 2.500 colaboradores retornaram ao mercado de trabalho.