O Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), criado por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) para estimular pesquisas voltadas para a padronização de carcaças e à melhoria da qualidade da carne em Mato Grosso, poderá ganhar aprimoramento internacional na questão de identificação e certificação. O interesse foi sinalizado por um grupo de investidores alemães que se reuniu nesta segunda-feira com o governador Pedro Taques para tratar o assunto.
A proposta consiste na estruturação de um projeto para que seja trabalhada toda a cadeia produtiva de bovinos, e desta forma, seja possível atestar a origem da carne por meio de certificações ambientais, sociais e trabalhistas. Em Mato Grosso, o objetivo seria gerar uma produção sustentável e com responsabilidade social.
“Foi uma reunião de muito sucesso. Estamos aqui com uma delegação para saber como podemos identificar áreas de cooperação futura com o Mato Grosso e o Ministério do Meio Ambiente, em Brasília. Neste primeiro momento obtivemos conhecimento sobre a origem da carne que entra no mercado brasileiro e também no mercado alemão, de forma que evite o desmatamento. Toda essa discussão está no âmbito de proteção do clima”, destacou Christoph Rauh, chefe de delegação do Ministério Federal da Cooperação e do Desenvolvimento Econômico da Alemanha (BMZ).
Em novembro deste ano, o governador Pedro Taques participou da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 23), realizada na Alemanha, e na oportunidade apresentou produtos fundamentais para o agronegócio de Mato Grosso e que despertaram o interesse de entidades e do governo alemão em investir em outros segmentos, entre eles, o Imac.
O órgão foi elaborado em março de 2016 para integrar pecuaristas, frigoríficos e governo do Estado de Mato Grosso, atuando em quatro frentes: padronização e tipificação da carcaça; promoção e marketing da carne; orientação ao consumidor e ajuda na criação de produtos; e garantia de origem e sistema de balança.
“Nossa cadeia produtiva cresceu no Estado e já exportamos carne de qualidade. Com este projeto, poderemos trabalhar questões tributárias, reforçar que não há trabalho escravo, desmatamento, e que, a produção se consolide como pecuária sustentável”, pontuou o governador.
Neste contexto de segurança, a Estratégia Produzir Conservar e Incluir (PCI) considerada o maior programa integrado de desenvolvimento sustentável de Mato Grosso, é apresentada como um dos aspectos que podem auxiliar no processo, conforme destacou secretário do Gabinete de Assuntos Estratégicos (GAE) e coordenador geral do programa no Estado, Jean Campos.
“Outros países que já implantaram um selo atestando a qualidade da carne, têm um produto mais competitivo no mercado internacional e é isso que o governo de Mato Grosso vem construindo com outras entidades. A PCI vai dar a segurança para os investidores, de que o Estado vem articulando todas as áreas envolvidas nesta estratégia, inclusive segurança jurídica”, disse.
Na reunião também foram abordados temas como proteção e uso sustentável das florestas, medidas no estado para uma agricultura sustentável, programas bilaterais ao nível estadual (REM) e ao nível federal (ARPA, CAR, Terra Legal, Fundo Amazônia), coordenação entre os estados e com o governo federal e questão indígena. Participaram representantes do Ministério Federal de Cooperação Econômica e do Desenvolvimento, KFW (Banco de Desenvolvimento), GIZ (Agência Alemã de Cooperação Internacional) e MMA (Ministério do Meio Ambiente).