O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Conselho Brasileiro do Feijão e Pulses (CBFP), o Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (IBRAFE) e onze entidades que participam da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Feijão preparam-se para lançar o Plano Nacional da Cadeia Produtiva do Feijão em fevereiro de 2018. O plano abrangerá pulses, que são a lentilha, o grão de bico e a ervilha.
O secretário executivo do Mapa, Eumar Novacki, diz que “o feijão faz parte da nossa cultura. Além de ser saudável, tem preço, oferta garantida no país e potencial de exportação”. O segmento do feijão e pulses será a segunda cadeia produtiva a experimentar um processo de organização, a exemplo das frutas. Em janeiro deverá ser lançado o Plano Nacional da Fruticultura.
Na implementação do Plano Nacional do Feijão serão identificados os principais entraves do setor, por meio de um amplo diagnóstico que analisará a produção também sob a perspectiva sócio-cultural. Esse diagnóstico servirá como um roteiro para os projetos destinados a organizar a cadeia produtiva.
O mercado do feijão e pulses representa R$ 16 bilhões com grande potencial na exportação. O Brasil é hoje o maior fornecedor de feijão contando com três safras em quase todos os estados da federação, totalizando 3,3 milhões de toneladas/ano, em média.
No caso dos pulses, o Brasil dedica atenção cada vez maior ao mercado importador do mercado asiático, após a missão oficial do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em setembro de 2016, quando se identificou demanda superior a 4 milhões de toneladas.
O secretário executivo do Conselho Brasileiro do Feijão e Pulses, Egon Schaden Júnior, identifica três principais desafios a serem enfrentados para o sucesso do Plano Nacional da Cadeia Produtiva do Feijão.
“Primeiro, os registros de novos defensivos”, explicou Schaden,”porque algumas variedades de feijão e de pulses ainda não possuem produtos específicos e registrados, o que não permite a rastreabilidade da produção. Segundo, a equalização do ICMS entre os Estados para garantir a competitividade, já que a guerra fiscal ainda afeta o feijão e outros produtos da cesta básica. E terceiro: necessidade de alterações nas legislações sobre classificação (existem feijões tipo 1,2,3), pois os padrões ainda não são claros e uniformes, e aprovar legislações que indiquem os parâmetros corretos de avaliação e classificação.
Segundo Schaden, é também fundamental “por em prática ações para frear a queda do consumo per capita do feijão pelos brasileiros, além do desenvolvimento de novas variedades, com investimento em sementes de qualidade e certificadas.”