Às vésperas da comemoração do feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos – quando os mercados não funcionarão – os futuros da soja voltaram a subir na Bolsa de Chicago, depois de dois pregões de baixa nesta semana – e fecharam o dia com altas de mais de 8 pontos.
O vencimento janeiro/18, que é o mais negociado neste momento, finalizou os negócios com US$ 9,97, enquanto o maio/18, referência para a safra brasileira, foi a US$ 10,18 por bushel. Com esse avanço, a commodity se aproximou de suas máximas em duas semanas no pregão desta quarta-feira (22).
Os ganhos, no entanto, não refletem grandes novidades entre os fundamentos, ou mudanças que pudessem movimentar os preços dessa forma, mas responderam à compras técnicas por parte dos fundos, à proximidade do feriado e às especulações crescentes sobre o clima na Argentina e os impactos do La Niña. A forte alta do petróleo também contribuiu, já que passou dos 2% nesta quarta.
“A falta de notícias que atraiam os operadores do mercado e a véspera de um feriado nacionalmente comemorado, tem sido o tema dos bastidores aqui em Chicago”, informa o boletim diário da AgResource Brasil (ARC). Na questão climática, a consultoria lembra, porém, “que nenhuma ameaça climática é observada, e que apenas incertezas são levantadas”.
Complementando, a ARC diz ainda que “caso con- firmado, o La Niña poderá concretizar tais ameaças climáticas, princi- palmente na região central Argentina e no extremo sul do Brasil”.
A baixa do dólar também favoreceu a subida das cotações em Chicago nesta quarta-feira. Nesta sessão, a moeda americana encerrou o dia frente ao real com perda de 0,54% e cotada a R$ 3,2349, batendo em sua mínima desde 23 de outubro.
“O movimento de enfraquecimento do dólar foi generalizado, com maior busca pelo risco”, afirmou o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado à agência de notícias Reuters.
Mercado Nacional
Mesmo com a baixa no câmbio, os preços da soja subiram nos portos brasileiro, acompanhando os ganhos em Chicago. O produto disponível subiu 1,35% para R$ 75 por saca no terminal de Paranaguá, e fechou com R$ 74,30 em Rio Grande, subindo 0,68%. Para a safra nova, R$ 75 e R$ 77, respectivamente, registrando altas de 0,67% e 0,26%.
No interior, a maior parte do Brasil terminou a quarta-feira com estabilidade entre seus indicativos, com algumas exceções – como Luís Eduardo Magalhães, onde o preço subiu 3,17% para R$ 65/saca, ou Ubiratã, onde a cotação avançou 0,79% para R$ 64.