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Soja volta a recuar e fecha em queda na CBOT

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O mercado internacional da soja até testou o lado positivo da tabela no pregão desta terça-feira, porém, voltou a recuar no meio da tarde para encerrar os negócios em baixa na Bolsa de Chicago. Por outro lado, o dólar voltou a subir, retomou o patamar dos R$ 3,30 e favoreceu a formação das referências no quadro brasileiro, além de pesar sobre as cotações na CBOT.

Entre os portos do país, no entanto, o reflexo do câmbio pôde ser observado somente em Paranaguá, onde a soja disponível subiu 0,68% para R$ 74,00 por saca e a safra nova, 1,35%, para R$ 75. Já em Rio Grande, o peso da CBOT foi mais intenso e os indicativos registraram baixas de, respectivamente, 0,68% e 0,65%, para R$ 72,80 e R$ 76 por saca.

No interior do Brasil, a maior parte das principais praças de comercialização terminaram o dia com pouca movimentação e estabilidade na maioria delas. As exceções ficaram por conta da região Sul do país, onde o Rio Grande do Sul e parte do Paraná viram os preços perderem um pouco de força, mas Ponta Grossa/PR mantendo seu movimento positivo, com alta de 1,43% para R$ 71,00 por saca.

No Centro-Oeste, por outro lado, queda de 2,65% para Sorriso, onde o indicativo terminou o dia com R$ 55 por saca, ou de 1,64% para R$ 60 em São Gabriel do Oeste/MS.

Os negócios, porém, estão limitados neste início de semana no Brasil dado o feriado da Proclamação da República que se comemora nesta quarta-feira, 15 de novembro.

O que chama atenção no cenário nacional ainda, no entanto, são as exportações brasileiras não só da soja em grão, mas do complexo de uma forma geral. Segundo os últimos números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), já há 64,5 milhões de toneladas de soja embarcadas no acumulado da temporada comercial – recorde histórico – e, no total da cadeia, esse volume poderia passar de 80 milhões de toneladas.

“O ritmo de novembro já é forte e caminha para recorde do mês também”, diz o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

Na outra ponta, o avanço do plantio no Brasil também tem muito espaço na formação dos preços, especialmente na Bolsa de Chicago, onde o fator central para a formação dos preços tem sido o clima – favorável, diga-se passagem – para a nova safra da América do Sul.

A área semeada no Brasil já se aproxima de 60%, segundo estimativas de consultorias privadas, e apresentou bom avanço nas últimas semanas em função de uma situação climática mais favorável e regular na maior parte das regiões produtoras. E os mapas para as os próximos dias seguem trazendo condições que permitem um bom desenvolvimento da semeadura.

A última projeção do USDA é de que a colheita brasileira 2017/18 seja de 108 milhões de toneladas.

Nesta terça-feira, a moeda americana terminou o dia de volta aos R$ 3,30, fechando o dia com R$ 3,3094 na venda, após bater em R$ 3,3137 na máxima do dia.

Os investidores foram às compras diante da chegada do feriado no Brasil, atuando com cautela frente às incertezas que permanecem rondando a cena política brasileira. “Como estaremos fechados com o feriado, traz cautela”, afirmou o analista econômico da gestora Rio Gestão, Bernard Gonin à agência de notícias Reuters.

Além do bom quadro climático sul-americano, os futuros da soja na Bolsa de Chicago, como explicou o analista de mercado Luiz Fernando Gutierrez, da agência Safras & Mercado, também têm sido pressionados pela a conclusão da colheita nos Estados Unidos e a confirmação de uma super safra no país.

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualizou seus dados sobre a evolução da colheita no país e mostrou que os trabalhos de campo estão quase concluídos para a soja e para o milho. No caso do cereal, a área colhida evoluiu, na última semana, passou de 70% para 83% – contra 91% de média dos últimos cinco anos – e para a soja o número passou de 90% para 93%, enquanto a média para o período é de 95%. Os dados ficaram bem próximos das expectativas do mercado.

Com a conclusão da safra batendo à porta, as especulações iniciais sobre a essa temporada americana ficaram para trás e foram confirmados níveis de produtividade bastante elevados para ambas as culturas. A estimativa é de que os EUA finalizem a temporada com 120,43 milhões de toneladas.

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