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Soja: preços fecham com mais de 2% de alta em Paranaguá com dólar, Chicago e boa demanda

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Em semana de relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o mercado da soja na Bolsa de Chicago fechou o pregão desta terça-feira com estabilidade, mas em campo positivo. Durante todo o dia, as cotações apresentaram variações bastante limitadas, testando os dois lados da tabela, e encerraram os negócios com pequenas altas de pouco mais de 2 pontos.

Assim, permanecem na casa dos US$ 10 por bushel ainda os vencimentos março e maio/18, entre os mais negociados. Já no Brasil, os preços voltaram a subir nesta terça, diante de um novo avanço do dólar frente ao real e de uma demanda que segue ainda bastante intensa pelo produto brasileiro, o qual tem uma oferta cada vez mais ajustada.

A moeda norte-americana fechou o dia valendo R$ 3,2770 na venda, subindo 0,555, depois de bater em R$ 3,2893 na máxima do dia. “Por enquanto, o dólar ainda deve respeitar o teto de 3,30 reais. Temos que ter cautela para operar esse nível”, afirmou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior em entrevista à agência de notícias Reuters.

No interior, algumas praças como São Gabriel do Oeste, em Mato Grosso do Sul, as altas chegaram a 2,50%, levando a saca a R$ 61,50. Em Alto Garças, Mato Grosso, ganho de 1,56% para R$ 65.

Já nos portos, o destaque ficou por conta de Paranaguá, onde as referências terminaram o dia com 2% de avanço, levando o disponível a R$ 75 e a safra nova a R$ 76 por saca. Em Rio Grande, estabilidade em ambos os casos, com indicativos em R$ 74 e R$ 77.

Como explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, a soja brasileira ainda se mostra bastante barata se comparada à norte-ameicana, o que vem sendo refletido em embarques muito fortes nos últimos meses, com um volume de quase 2,5 milhões de toneladas somente em outubro.

A competitividade maior neste momento mantém as vendas brasileiras ainda acontecendo de maneira bastante significativa, com mais dois embarques novos sendo contratados, somente pela China, nesta semana, ainda como relata o executivo. “Então, temos a soja brasileira também entrando na China neste momento”, diz.

Além disso, Vanin explica também que os prêmios sobre a soja brasileira, apesar de positivos, não subiram tanto quanto no ano passado, por exemplo, quando o Brasil não tinha soja suficiente para exportar, e isso também atrai os compradores.

Bolsa de Chicago

O suporte para as cotações em Chicago, também como explica o analista da Agrinvest, vem de um período de pós colheita nos EUA – já há 90% dos trabalhos de campo concluídos no país, de acordo com os últimos números do USDA – e o período é, portanto, sazonalmente positivo para as cotações. “É um rally pós colheita”, diz Vanin.

Além disso, as vendas americanas já não estão tão intensas neste momento – com os produtores terem vendido boa parte de sua safra até meados de outubro – e essa menor pressão de venda de soja americana também contribui para essa manutenção das cotações.

Os prêmios para a exportação da soja americana no Golfo do México, por exemplo, estão em cerca de 46 cents de dólar por bushel sobre o vencimento janeiro, enquanto no ano passado, nesse mesmo período, o valor era de 77 cents.

Ademais, o avanço dos futuros do óleo de soja nos últimos dias, estimulado pelo petróleo – que subiu forte nas bolsas internacionais – também tem sido combustível para os futuros do grão na CBOT, segundo Eduardo Vanin.

Segundo explicam analistas e consultores, os traders esperam também pelo novo reporte mensal de oferta e demanda que o USDA traz nesta quinta-feira (9) e acreditam na chegada de novidades, principalmente, entre os dados de produtividade, demanda e estoques dos EUA.

Ao mesmo tempo, porém, o mercado segue de olho no clima da América do Sul e na evolução do plantio no Brasil.

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