A sessão desta terça-feira foi negativa aos preços futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBOT). Durante o dia, as principais posições da commodity ampliaram as perdas e encerraram o dia com quedas entre 4,75 e 5,25 pontos. O novembro/17 era cotado a US$ 9,75 por bushel, enquanto o janeiro/18 operava a US$ 9,85 por bushel. O março/18 finalizou o pregão a US$ 9,96 por bushel.
O diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo de Sousa, destaca que a evolução na colheita americana pesou na formação dos preços no mercado internacional. Ainda no final da tarde desta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que a colheita evoluiu de 49% para 70% até o último domingo.
O número ficou acima das apostas dos participantes do mercado, de 65% da área já colhida. O percentual também se aproximou com a média do ano passado, de 74% no mesmo período.
Apesar do ritmo acelerado, o diretor ainda reforça que as negociações da safra americana caminham mais lentamente. “Os produtores ainda esperam o patamar de US$ 10 por bushel para retornarem aos negócios. Os agricultores ainda aguardam em um problema com o clima no Brasil, porém, caso isso não seja confirmado, terão que voltar ao mercado para comercializar o produto”, explica.
O cenário, se confirmado, poderá ocasionar uma pressão negativa ainda maior nos preços, conforme destaca o especialista. Em contrapartida, ainda como fator positivo aos preços, a demanda pelo grão americano permanece firme, especialmente por parte da China.
“A demanda continua forte e a China vai continuar comprando. Temos uma queda nos preços internos da soja no país, uma vez que, o governo ainda não realizou os leilões, porém, essa é uma situação que não influenciou a formação das cotações no mercado internacional. As compras chinesas seguem fortes e estão acima do registrado no mesmo período do ano passado”, destaca Sousa.
Soja no Brasil
Outro variável que permanece no radar dos participantes do mercado é o clima no Brasil e a evolução da semeadura da soja. As previsões climáticas mostram chuvas se espalhando pela faixa central do país, com bons volumes acumulados.
Até o momento, pouco mais de 20% da área estimada para essa temporada foi plantada com o grão no país, conforme dados das consultorias privadas. Em importantes estados produtores, como é o caso de Mato Grosso, a semeadura está atrasada em relação ao ano anterior.
Cerca de 25% da área foi plantada, um atraso de 16,45% em comparação com igual período do ano anterior. As informações foram reportadas pelo Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).
De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o preço da soja subiu 2,90% nesta terça-feira em Castro (PR). A saca encerrou o dia a R$ 71. Em Rio Verde (GO), a valorização ficou em 1,79%, com a saca a R$ 57. Já no Oeste da Bahia, o ganho ficou em 1,53%, com a saca a R$ 61,60.
No Porto de Paranaguá, a saca subiu 1,39% e bateu R$ 73. O preço futuro apresentou ganho de 0,68% e a saca encerrou o dia a R$ 73,50. No terminal de São Francisco do Sul (SC), a alta foi de 1,12%, com a saca a R$ 72,30.
Apesar da queda no mercado internacional, os preços foram impulsionados pela valorização cambial. A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 3,2473 na venda, com ganho de 0,50%. O foco dos investidores permanece na expectativa de aumento na taxa de juros nos EUA e com a cena política no Brasil, ainda conforme dados da Reuters.