Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros da soja fecharam o pregão desta quinta-feira com ligeiras valorizações. As principais posições da commodity finalizaram a sessão com ganhos de mais de 2 pontos. O novembro/17 era cotado a US$ 9,86 por bushel, já o janeiro/18 trabalhava a US$ 9,97 por bushel.
As cotações esboçaram uma reação depois de recuarem nos últimos três dias. Ao Agriculture.com, o analista de grãos da US Commodities, Jason Roose, reforçou que “todas as commodities encontraram interesse comprador”.
“A alta de hoje foi importante, pois o mercado está dando sinais de uma nova janela de negociação. O mercado evoluiu e começa a consolidar um novo patamar de comercialização US$ 9,80 a US$ 10,50 por bushel”, destaca o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.
“Todos os grãos encontraram suporte hoje, com exportações mais sólidas e a China mantendo o interesse principal. Isso está alimentando a cobertura de posições com o progresso da colheita ainda em ritmo mais lento em relação à média”, completa Roose.
As vendas semanais de soja somaram 1.275,1 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 12 de outubro, conforme reporte do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O destaque para as compras foi a China, que adquiriu mais de 1,17 milhão de toneladas do grão.
O volume ficou dentro do projetado pelo mercado, entre 1,3 milhão a 1,7 milhão de toneladas do grão. Com isso, o total vendido pelo país na temporada chega a 26.286,6 milhões de toneladas. Em igual período do passado, o índice estava em 31.642,7 milhões de toneladas.
Ainda hoje, o USDA também reportou a venda de 384 mil toneladas de soja para a China. O volume negociado deverá ser entregue ao longo da campanha 2017/18.
Além da influência da demanda, os participantes do mercado ainda observam as chuvas no Brasil e o clima nos Estados Unidos. Em muitas regiões produtoras, as precipitações ainda não estão regulares, o que tem impedido os trabalhos nos campos. As previsões indicam precipitações mais regulares a partir do dia 23 de outubro.
Já nos EUA, a expectativa é que os trabalhos nos campos avancem com o clima mais seco registrado essa semana. Até o último domingo, em torno de 49% da área plantada já havia sido colhida. O USDA atualiza as informações na próxima segunda-feira.
Mercado brasileiro
A quinta-feira foi de ligeira movimentação aos preços da soja negociados no mercado interno. Conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o valor subiu 3,77%, com a saca a R$ 55 em Sorriso. Em Brasília, o ganho ficou em 1,61%, com a saca a R$ 63.
No Paraná, nas praças de Ubiratã e Cascavel, a alta foi de 0,81%, com a saca a R$ 62. No Porto de Rio Grande, a saca disponível subiu 0,28% e finalizou o dia a R$ 71,80 e o futuro, maio/18, encerrou a quinta-feira a R$ 75, com valorização de 0,67%.
As cotações foram influenciadas pelos ganhos no mercado internacional e também pela alta no dólar. A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 3,1760 na venda, com ganho de 0,34%. O mercado ainda mantém a cautela com o cenário político brasileiro.
“Votamos a ter negócios com a safra nova no Brasil, com patamares acima de R$ 75 a saca futura nos portos. A comercialização ainda está atrasada, mas é um sinal positivo e que começa a dar lucratividade aos produtores”, explica Brandalizze.