Mato Grosso irá colher até 60,322 milhões de toneladas de grãos na safra de 2017/2018. O volume previsto pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) representa um recuo de 2,68% em relação à ultima safra, que somou 61,986 milhões (t). Na mais negativa projeção da Conab, a queda pode chegar a 4%, com a colheita de 59,481 milhões (t). A redução será impactada pelas condições climáticas.
Na safra passada, o clima foi o principal aliado e as condições altamente favoráveis contribuíram para o recorde histórico na produção de grãos. Estas condições dificilmente se repetirão, por isso a expectativa de redução produtiva, informa o órgão. A projeção de queda na produção de grãos da próxima temporada se mantém na estimativa nacional.
A Conab aponta que os produtores do país irão colher entre 224,174 milhões (t) a 228,209 milhões (t), que representam queda de 6% e 4,3% em relação à safra passada. Os dados são do 1º Levantamento da safra 17/18, divulgado nesta terça-feira (10) pela Conab.
Em entrevista coletiva realizada para a divulgação do levantamento, a diretora de Política Agrícola e Informações da Conab, Cleide Laia, destacou que as informações levantadas durante o início das operações de preparo do solo e plantio indicam a queda na produção da próxima safra, devido às condições climáticas deste ano, que irá interferir na janela de plantio das culturas. “O clima foi o responsável pela redução de produção de todos os produtos”, apontou ela.
O aumento da produtividade na safra que encerrou foi destacada pelo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, que avalia que a produção da próxima temporada (2017/2018) ainda será melhor do que a dos anos anteriores (2015/2016). “Mesmo com uma previsão de redução da próxima safra, esta ainda é uma safra com excelentes números, tendo em vista que se comparado com a safra anterior ainda iremos ter um crescimento de 20%”, apontou Geller.
O secretário destacou ainda que o escoamento da produção tem avançado “a passos largos”, principalmente do milho, que sofreu com a queda de preço. “Exportamos nos últimos 2 meses cerca de 6 milhões de toneladas por mês, consolidando o Brasil como principal exportador desse cereal”, disse.
Em Mato Grosso, as principais culturas, soja e milho, terão queda de 3,5% a 5,4% e de 2,7% a 2,9%, respectivamente, na próxima safra. Nelson Piccoli, diretor da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), disse que a previsão de queda está dentro da realidade do campo. “O clima não está ajudando. Até 20 de outubro a probabilidade é pequena de chuva e isso impacta na soja e, principalmene, no milho, porque a partir desse período, se não regularizar as chuvas, o plantio do milho fica prejudicado”, explica.
Com atraso no plantio da soja, a tendência é de encurtamento na janela de plantio do milho, já que o cereal necessita de regularidade nas chuvas para garantir a qualidade do produto.