As chuvas que estavam previstas para a última semana se confirmaram, melhoraram a umidade do solo em diversas regiões produtoras e permitiram um avanço semanal significativo no plantio da safra 2017/18 de soja, que passou de 1,5% da área brasileira em 28 de setembro para 5% na última quinta-feira, de acordo com levantamento da AgRural. O número é inferior aos 11% de um ano atrás, quando o plantio foi um dos mais acelerados da história, mas está em linha com os 6% da média de cinco anos.
O ritmo dos trabalhos foi puxado, mais uma vez, pelo Paraná, cuja área plantada passou de 7% para 18% em uma semana. Mato Grosso, que tinha apenas 1% na semana passada, também teve bom avanço, chegando a 8%. Muitos produtores mato-grossenses, entretanto, prefeririam não plantar, seja porque as chuvas registradas ainda não foram suficientes para dar condições ideais ao solo, seja porque as previsões para as próximas duas semanas apontam volta do tempo seco no Estado.
O temor inspirado pelas previsões pouca chuva também freou o ritmo da semeadura nos vizinhos Mato Grosso do Sul e Goiás, onde o plantio de soja chegou a 3% e 1% da área, respectivamente. Os outros estados que também já saíram do zero na tabela são Rondônia, com 7%, e Santa Catarina, com 5%. Nestes dois estados, o plantio está adiantado em relação ao ano passado. No Rio Grande do Sul, a semeadura já teve início em alguns pontos da região de Erechim, mas os gaúchos só devem imprimir um ritmo mais acelerado ao plantio a partir do fim de outubro.
No Centro-Sul do Brasil, o plantio do milho verão passou de 23% da área em 28 de setembro para 29% até o último dia 5. O número é inferior aos 37% do ano passado, mas veio em linha com os 30% da média de cinco anos. O Rio Grande do Sul lidera, com 74%, seguido por Santa Catarina (54%) e Paraná (49%).
Conforme a analista da AgRural, Daniele Siqueira, as chuvas desta semana no Sul do país chegaram em boa hora para as áreas já semeadas de Santa Catarina e do Paraná, onde o milho sofreu com o tempo seco de setembro. Mesmo assim, parte da área precisará ser replantada. Os bons volumes previstos para o Sul do Brasil devem favorecer as lavouras do cereal nas próximas duas semanas, ainda que tendam a causar interrupção dos trabalhos em alguns momentos.