A segunda-feira foi negativa aos preços da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da commodity ampliaram as perdas no final do pregão e encerraram o dia com desvalorizações de mais de 5 pontos. O novembro/17 era cotado a US$ 9,66 por bushel, enquanto o janeiro/18 operava aUS$ 9,77 por bushel.
Em meio aos fundamentos conhecidos, o mercado permanece trabalhando de maneira técnica. “A movimentação de hoje foi basicamente técnica, com fundos de investimentos se desfazendo de posições”, destacou a Granoeste Corretora de Cereais em seu comentário diário.
Os participantes do mercado seguem focados no andamento da colheita da soja nos EUA. Até a última semana, em torno de 22% da área semeada nesta temporada já havia sido colhida, segundo levantamento do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Devido ao feriado do Dia do Colombo, comemorado nesta segunda-feira no país, o órgão atualiza as informações nesta terça-feira. O boletim de embarques semanais também será reportado amanhã.
Paralelamente, o plantio da soja no Brasil também segue no radar dos participantes do mercado. Conforme levantamento realizado pela Safras & Mercado, os produtores brasileiros semearam cerca de 5,6% da safra até o momento. No mesmo período do ano passado, o índice estava em 10,4%.
“Os participantes do mercado começam a olhar com mais atenção para o plantio no Brasil. No Centro-Oeste ainda temos a irregularidade das chuvas e no Sul há o excesso de precipitações, o que é um ponto levemente positivo aos preços em Chicago”, destaca o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.
Por outro lado, os investidores ainda aguardam o próximo boletim de oferta e demanda do USDA, que será reportado nesta quinta-feira (12).
“Provavelmente os preços não deverão operar com direção definida antes dos números de outubro, pois haverá atualizações sobre a área cultivada e o rendimento neste relatório. O boletim nos fornece o caminho mais claro para os números finais em janeiro”, destacou o presidente da Commodity Risk Management Group, Mike North, em entrevista ao Agriculture.com.
Mercado brasileiro
O início da semana foi de ligeiras altas aos preços da soja praticados no mercado doméstico. De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Ponta Grossa (PR), o valor subiu 2,94%, com a saca a R$ 70. Ainda no estado, em Cascavel, o ganho ficou em 1,67% e a saca a R$ 61.
Já em Rio Verde (GO), a alta foi de 0,92%, com a saca a R$ 55. Nos portos brasileiros o dia também foi positivo. Em Paranaguá, a saca disponível subiu 1,41% e encerrou o dia a R$ 72, já o futuro, entrega março/18, registrou ganho de 1,40% e terminou a segunda-feira a R$ 72,50.
Em Rio Grande, o disponível subiu 0,71% e finalizou o dia a R$ 70,50 a saca. O preço futuro apresentou alta de 0,68% e fechou o dia a R$ 73,50 a saca. Apesar da queda registrada em Chicago, a alta do dólar ainda fornece suporte aos preços.
A moeda norte-americana fechou a segunda-feira a R$ 3,1859 na venda, com ganho de 0,86%. Nos últimos três pregões, o câmbio subiu 1,74%, conforme dados da agência Reuters. “O câmbio acompanhou a trajetória das moedas emergentes no exterior, onde os investidores acreditam cada vez mais que os juros nos Estados Unidos subirão mais uma vez neste ano”, informou a Reuters.
Já no mercado interno, o Cepea informou nesse início de semana que, as cotações têm encontrado sustentação pelas boas exportações brasileiras. Em setembro, os embarques do grão somaram 4,27 milhões de toneladas, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).