Investidores de Mato Grosso captaram R$ 20,273 bilhões do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro Oeste (FCO) nos últimos 28 anos. Os recursos foram pulverizados por meio de 300,733 mil contratos. Desde 1989, a atividade agropecuária recebeu o maior aporte financeiro. Para fomentar a produção de grãos e a pecuária no Estado, a Superintendência do Desenvolvimento do Centro Oeste (Sudeco) repassou R$ 13,446 bilhões ou 66,32% do desembolso total, em atendimento a 258,005 mil contratos.
Para empreendimentos nas áreas de indústria, comércio e prestação de serviços foram destinados R$ 6,827 bilhões por meio de 42,728 mil contratos em quase 3 décadas de operação do FCO. Em 2017, a participação do segmento rural aumentou. Até julho foram destinados R$ 989,899 milhões do Fundo para financiar a agricultura empresarial. A cifra corresponde a 82,76% do recurso total de R$ 1,196 bilhão liberado pela Sudeco.
Além disso, os produtores rurais elevaram em 48% a tomada de empréstimos junto ao FCO em comparação com 2016, quando foram contratados R$ 668,903 milhões. “Para este segundo semestre, o volume de empréstimos irá crescer mais ainda por causa da redução dos juros e pelo remanejamento de recursos”, prevê a analista de Agricultura da Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), Karine Machado.
Ela lembra que nos últimos dois anos não foi aplicado o recurso total previsto pelo FCO para MT. Os demais setores contrataram este ano R$ 206,522 milhões até julho, quase três vezes mais que em 2016. No ano passado, as empresas industriais, comerciais e prestadoras de serviços asseguraram R$ 72,489 milhões. De um ano para o outro, a captação de recursos aumentou em 185%. “Houve uma procura bastante substancial, com 1,350 contratos atendidos este ano. Em 2016 foram apenas 177 contratos”, observa o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio), Hermes Martins.
O empresário Luciano Salina Belo está entre os investidores que recorreram ao FCO. Ele irá inaugurar um novo restaurante em Cuiabá daqui a dois meses. “É a 1ª vez que recorri ao financiamento. Fiz toda a edificação com recurso próprio e o empréstimo será para comprar equipamentos e utensílios”.