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Estudo mostra o Brasil entre os dez países com a maior área irrigada do planeta

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O Brasil está entre os dez países com a maior área irrigada do planeta, conforme indica estudo da Agência Nacional de Águas (ANA). Divulgado nesta segunda-feira, 2 de outubro, o Atlas Irrigação: Uso da Água na Agricultura Irrigada diz que o país tem 6,95 milhões de hectares (Mha) que produzem alimentos utilizando diferentes técnicas de irrigação. No entanto, o número representa apenas 20% da área potencial para a atividade.

De acordo com o estudo, a área irrigada no Brasil aumentou expressivamente, entre 1960 e 2015, e passou de 462 mil hectares para quase 7 milhões Mha, e pode expandir mais 45% até 2030, atingindo 10 Mha. Por região, o Sudeste é responsável pela parte da área total, 2.709.342 hectares (ha) irrigados. Em sequência vem o Sul, com 1.696.233 hectares; o Norte, com 194.002 ha; o Nordeste, com 1.171.159 ha; e o Centro-Oeste, 1.183.974 ha.

O estudo destaca quatro métodos de irrigação como os principais no país: por superfície, subterrânea, por aspersão e localizada, especialmente usadas no agronegócio. A publicação indica alguns padrões de larga escala entre métodos/sistemas e culturas, como por exemplo: correlação entre a inundação e o arroz; entre o gotejamento, o café e a fruticultura; entre a aspersão convencional com carretéis enroladores (hidro roll) e a cana-de-açúcar; e entre os pivôs centrais e a produção de outros grãos, em especial algodão, feijão, milho e soja.

Dentre os principais cultivos irrigados no Brasil destaca-se o arroz, a cana-de-açúcar e as culturas em pivôs centrais – método no qual a água é aspergida por cima da plantação utilizando-se uma tubulação suspensa – como feijão, milho e da soja, e demais culturas e sistemas. O Atlas reitera a concentração do arroz no Sul e Tocantins; da cana no litoral nordestino e no Centro-Sul, São Paulo, sul-sudoeste de Goiás, Triângulo Mineiro; dos pivôs centrais na região central, em especial Goiás, Minas Gerais e Bahia; e das demais culturas e sistemas no Espírito Santo, Mato Grosso, Paraná e nos Estados no Semiárido, em especial áreas de perímetros públicos.

De acordo com a ANA, a irrigação contribui para a estabilidade e o aumento da oferta de alimentos “e o consequente aumento da segurança alimentar e nutricional da população brasileira. Tomate, arroz, pimentão, cebola, batata, alho, frutas e verduras são exemplos de alimentos produzidos sob alto percentual de irrigação”. O estudo ressalta que, embora o crescimento da irrigação resulte, em geral, no aumento do uso da água, a atividade contribui para “o aumento da produtividade, a redução de custos unitários, a atenuação de riscos climáticos/meteorológicos e a otimização de insumos e equipamentos”.

O levantamento reafirma a necessidade do uso da irrigação, especialmente em regiões afetadas pela escassez contínua de água, como no Semiárido. “Uma parte importante da agricultura só se viabiliza mediante a aplicação artificial de água. Em regiões afetadas por escassez em períodos específicos do ano, como na região central do país, entre maio e setembro, diversas culturas viabilizam-se apenas com a aplicação suplementar de água nesses meses, embora a produção possa ocorrer normalmente no período chuvoso”, acrescenta o estudo.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), os líderes mundiais são a China e a Índia, com cerca de 70 milhões de hectares cada, seguidos dos Estados Unidos (26,7 Mha), do Paquistão (20,0 Mha) e Irã (8,7 Mha). O Brasil aparece no grupo de países que têm área entre 4 e 7 Mha, que inclui a Tailândia, o México, a Indonésia, Turquia, Bangladesh, o Vietnã, Uzbequistão, a Itália e Espanha.

As informações são da Agência Nacional de Águas.

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