Nesta segunda-feira, o mercado da soja começou a semana atuando em campo negativo na Bolsa de Chicago e fechou o dia com baixas de mais de 12 pontos entre as posições mais negociadas. O contrato novembro/17 fechou com US$ 9,71 e o maio/18, referência para a safra brasileira, a US$ 9,99 por bushel.
Na contramão, o dólar subiu quase 1% neste ínicio de semana, voltando a testar os R$ 3,15 – alcançando seu maior nível no mês – nesta segunda-feira, porém, foi insuficiente para promover altas entre as cotações no Brasil. O avanço da moeda serviu, portanto, para manter os preços estáveis em quase todas as principais praças de comercialização e portos do país.
As exceções ficaram por conta do Oeste da Bahia, onde o preço da soja no mercado disponível subiu 1,04% para R$ 60,25 por saca e na safra nova negociada no porto de Paranaguá, onde o preço foi a R$ 73,00.
Embora pontuais, os negócios acontecem no mercado nacional. Os produtores estão ainda reticentes para realizar novas vendas. Porém, como explica o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, “o mercado cai continuar negociando porque ainda tem muito produtor que deixou para vender agora neste final de setembro, para cobrir dívidas de equipamentos e até compras de insumos que foram realizadas para pagar no final do mês”.
Dessa forma, algumas ofertas continuarão a ser vistas também em função da demanda ainda muito forte na exportação brasileira. “Continuamos vendo muitos compradores em atividade nos portos e querendo soja e, junto, ainda virá a demanda da indústria nacional”, explica Brandalizze.
A comercialização, ainda assim, fica limitada por essa pressão que é sentida pelos preços na Bolsa de Chicago, e por uma volatilidade mais acentuada sentida nos últimos dias. Assim, será indispensável uma boa estratégia para que as vendas sejam feitas nos bons momentos que o mercado ainda possa oferecer.
“Se o mercado voltar a fornecer novas chances – porque há o clima da América do Sul pela frente – é hora de vender. Venda em dólares e trave o dólar futuro”, orienta o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa.
Bolsa de Chicago
Ainda como explica Sousa, alguns fatores voltaram a pressionar as cotações em Chicago nesta segunda-feira. Entre eles, estão a alta do dólar – não só frente ao real, mas diante de uma cesta de outras moedas internacionais – o avanço da colheita nos Estados Unidos e uma melhora entre as previsões de clima para o plantio da nova safra americana.
Neste final de semana as chuvas voltaram a aparecer no território brasileiro, criando uma tendência positiva para os produtores que estão no aguardo para iniciar o plantio da safra de verão, de acordo com informações do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A região Sul e parte de Mato Grosso do Sul deverão ser as áreas mais beneficiadas, porém, Goiás e Mato Grosso devem esperar um pouco mais para dar início aos trabalhos de campo.
Do lado da demanda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe, nesta segunda, a atualização dos embarques semanais, os quais ficaram dentro das expectativas do mercado.
Na semana encerrada em 21 de setembro, o país embarcou 1.030,018 milhão de toneladas de soja, enquanto o mercado esperava algo entre 980 mil e 1,28 milhão de toneladas. Dessa forma, os embarques já somam, no acumulado da temporada, 3.068,223 milhões de toneladas e superam o volume do mesmo período do ano comercial anterior, de pouco mais de 2,3 milhões.